NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE: ERROS E ACERTOS

NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE: ERROS E ACERTOS

MATURIDADE E REFORMA

  Tupam Editores

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O envelhecimento é um processo natural que se caracteriza por modificações fisiológicas que influenciam a nutrição e alimentação dos mais velhos, aumentando o risco de erros alimentares e, consequentemente, de défices nutricionais.

Com o avançar da idade as necessidades energéticas tornam-se menores, mas viver de “sopinhas de leite”, “canjinha de galinha” ou “torradinhas” conduzirá a deficiências nutricionais.

Entre os erros alimentares mais comuns na terceira idade destaca-se a baixa densidade nutricional nas poucas refeições feitas ao longo do dia, um elevado consumo de sódio e uma considerável ingestão de álcool em detrimento da água. Parece haver também uma maior tendência para se abusar de bolos, biscoitos, chocolates e doces, como crianças a recuperarem uma infância em que as gulodices não estavam facilmente disponíveis.

São muitas as razões que podem levar as pessoas com idades mais avançadas a seguir regimes alimentares restritos, pobres e desequilibrados: a solidão, o isolamento, a precariedade económica, as deficiências ao nível da dentição e capacidade de mastigação, as dificuldades motoras e até o hábito e/ou a crença errada de que, nessa fase da vida, já não é necessária uma alimentação tão rica como a das camadas mais jovens.

O resultado destas ideias erradas é a desidratação, a falta de vitaminas, carências de sais minerais tais como ferro (que conduz a situações de anemia), cálcio (que agrava a tendência para a osteoporose) e a insuficiência de ingestão de proteínas (que pode propiciar atrofia muscular).

Na verdade, um estado nutricional inadequado no idoso contribui de forma significativa para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade, o que condiciona a sua qualidade de vida. A desnutrição nesta fase pode ser confundida com sinais de envelhecimento, por isso, é importante o seu reconhecimento precoce para poder ser atempadamente corrigida.

Nesta fase, a alimentação deve ser vista como uma ferramenta poderosa para promover um envelhecimento saudável e ativo.


É fundamental que os idosos tenham uma dieta variada, rica em nutrientes e adaptada às suas necessidades individuais, e isso pode ser possível com uma orientação nutricional adequada e escolhas alimentares conscientes.

Para começar, os idosos devem fazer entre 5 a 6 refeições diárias: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Da dieta devem fazer parte alimentos como frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura.

Apesar de o número de refeições ser elevado, o controle das porções é fundamental para evitar o excesso de calorias e manter um peso saudável. Como o apetite tem tendência para diminuir com a idade, é importante escolher alimentos ricos em nutrientes para cada refeição.

A desidratação pode ser um problema comum em idosos. Assim, estes devem beber água regularmente ao longo do dia e estar atentos aos sinais de sede, mesmo que não sejam tão evidentes quanto antes.

As proteínas são indispensáveis para a manutenção da massa muscular, reparação de tecidos e saúde em geral. Os idosos devem incluir fontes de proteína magra, como carnes magras, peixes, ovos, leguminosas e laticínios com baixo teor de gordura, na sua dieta.

Alimentos ricos em fibras, como cereais integrais, legumes, frutas e nozes, são fundamentais para a saúde digestiva e podem ajudar a prevenir problemas como a obstipação.

As vitaminas e os minerais também são essenciais. A absorção de algumas vitaminas B pode diminuir com a idade, mas alimentos como carne magra, ovos e produtos lácteos ajudam a suprir essa necessidade. Para a saúde óssea, é crucial obter cálcio e vitamina D. Leite, iogurte, vegetais de folhas verdes e exposição ao sol são boas fontes desses nutrientes.

Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e vegetais coloridos, podem ajudar a combater os danos causados pelos radicais livres e a manter a saúde celular. Reduzir o consumo de sódio vai ajudar a controlar a pressão arterial e prevenir problemas cardíacos.

Em alguns casos, poderá ser recomendada a suplementação de vitaminas, minerais ou outros nutrientes por um profissional de saúde para preencher lacunas na dieta.

Cada pessoa é única, e as necessidades nutricionais podem variar. Assim, é essencial consultar um nutricionista para avaliar as necessidades individuais e receber uma orientação personalizada.

Uma dieta equilibrada, hidratação adequada e orientação profissional são fundamentais para promover a saúde e a qualidade de vida dos idosos.

O envelhecimento não deve ser visto como um problema, mas como uma parte natural do ciclo de vida, e o cuidado com a saúde e nutrição é uma mais-valia para viver de forma autónoma o maior tempo possível.

Autor:
Tupam Editores

Data Publicação:
15 de julho de 2025

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