Novas pesquisas indicam que, quando mulheres grávidas tomam certos medicamentos para artrite reumatoide que podem causar imunossupressão, os seus filhos não apresentam risco excessivo de desenvolver infeções graves.

As descobertas são potencialmente encorajadoras para mulheres com a doença que desejam engravidar.

O estudo, realizado pela Universidade McGill, no Canadá, avaliou dados norte-americanos, de 2011 a 2015, para identificar 2 989 filhos de mulheres com artrite reumatoide e um grupo aleatoriamente selecionado de 14 596 crianças de controlo. Os investigadores definiram a exposição a inibidores do fator de necrose tumoral (TNF) com base em pelo menos uma receita preenchida durante a gravidez.

As crianças foram acompanhadas desde o nascimento até aos 12 meses de idade, para identificação de primeira indicação de infeção grave, término da elegibilidade do seguro comercial, morte ou fim do período de estudo, o que ocorresse primeiro.

Entre os filhos de mulheres com a doença, 380 (12,7 por cento) foram expostos ao TNF durante a gravidez. A percentagem de infeções graves em pessoas sem exposição a TNF foi semelhante (2,0 por cento) para controlar a prole (1,9 por cento), enquanto a percentagem de infeções graves em proles com exposição a TNF foi de 3,2 por cento.

No entanto, pós o ajuste para dados demográficos, comorbidades maternas, complicações na gravidez e medicações, os investigadores não conseguiram estabelecer um risco aumentado de infeções graves em descendentes expostos ao TNF, tanto em relação aos descendentes controlados como à descendência de mães com artrite reumatoide que não usaram TNF.

"O nosso estudo fornece novas evidências para aconselhar as mulheres com artrite reumatoide a contemplarem a gravidez", disseram os investigadores, que acreditam, contudo, que os dados do estudo, apesar de tranquilizadores, continuam a ter riscos.