HIPERIDROSE: TRANSPIRAÇÃO EXCESSIVA

HIPERIDROSE: TRANSPIRAÇÃO EXCESSIVA

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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O suor é produzido pelas glândulas sudoríparas do corpo que se situam em maior quantidade nas axilas, palmas das mãos, plantas dos pés e zonas pilosas, assim como a área genital e o couro cabeludo. Quando é produzido em muita quantidade e sem haver um estímulo evidente como o calor, atividade física ou stress, denomina-se hiperidrose.


Estima-se que, aproximadamente, 1,7% da população portuguesa sofra com o excesso de transpiração.


Muitos pacientes não recorrem a ajuda médica por sentirem vergonha em relatar os sintomas e por desconhecerem as opções de tratamento, o que faz com que esta condição clínica esteja subdiagnosticada no nosso país.

Apesar de ser uma doença benigna, a hiperidrose tem um grande impacto psicológico e pode, em muitos casos, limitar as relações sociais e levar a situações de isolamento graves.


É frequentemente desvalorizada, e o seu tratamento é desconhecido, pelo que é fundamental conhecê-la e descobrir as formas de prevenção e tratamento mais indicadas para cada caso.

Através das glândulas sudoríparas, o corpo reage a situações de calor ou de atividade física, libertando suor e promovendo o arrefecimento do organismo. A hiperidrose altera completamente este sistema de refrigeração. Trata-se de uma disfunção que ocorre pela hiperestimulação das glândulas sudoríparas écrinas presentes nas palmas das mãos, axilas e pés, devido a uma alteração do nervo simpático.

A problema surge habitualmente na infância, mais frequentemente no sexo feminino, e tem tendência para o agravamento dos sintomas na fase da puberdade.

Geralmente, há uma região corporal onde a hiperidrose predomina. Quando a incidência se verifica nas palmas das mãos e axilas, altera a forma como os doentes se relacionam com o “mundo exterior”.

Estas pessoas têm dificuldade no contacto social, evitam escrever porque molham o papel, evitam cumprimentos, pegar em objetos, trabalhar no computador, e até conduzir porque têm medo de que o volante fique escorregadio.

Mancham frequentemente a roupa (aparecimento de auréola nas axilas), molham as meias que permanecem húmidas ao longo do dia, e não gostam de usar sandálias ou sapatos abertos porque são visíveis as manchas de suor.

Não se conhecem as causas da hiperidrose. Alguns estudos apontaram para a possibilidade de estar ligada à ansiedade, nervosismo ou stress emocional, mas a doença também foi identificada em pessoas que não apresentavam alterações emocionais significativas.

Há algumas formas de amenizar o suor excessivo, como optar por meias e roupas de algodão, que facilitam a respiração da pele, e utilizar desodorizantes e produtos que inibem o suor. Entretanto, o mais indicado é consultar um especialista, pois, em muitos casos, há necessidade de tratamento.

O paciente normalmente procura um clínico geral por não saber o que se passa exatamente, mas será encaminhado para um dermatologista que fará o diagnóstico do problema através de exames de sangue, urina, teste de iodo e suor, e teste específico.

Após a deteção da doença, o especialista indicará a melhor forma de tratamento, que varia de paciente para paciente.

Quando a hiperidrose não é grave, geralmente, os antitranspirantes prescritos pelo médico resolvem o problema. Estes produtos são semelhantes a desodorizantes e são aplicados diretamente na área afetada. Têm, na sua composição, elementos e propriedades que formam uma película protetora sobre a pele que reduz a quantidade de suor libertada. Apesar de este tratamento não resolver o problema de forma definitiva, atenua consideravelmente os seus efeitos.

Os medicamentos anticolinérgicos ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas. Os efeitos colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao stress.

 

Pode, ainda, ser recomendada a utilização de toxina botulínica tipo A. A toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese, sendo o principal inconveniente a dor na aplicação.

A iontoforese, um procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor, é a técnica mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés. A terapia dura entre 10 e 20 minutos, e requer várias sessões. Os efeitos colaterais, embora raros, incluem bolhas e rachaduras da pele.

Para os casos mais graves, pode recorrer-se a uma Simpaticectomia Torácica Superior Bilateral – um procedimento minimamente invasivo que desliga o sinal que avisa ao corpo para suar excessivamente. Esta solução é mais indicada para os casos em que são afetadas as palmas das mãos ou plantas dos pés.

A principal complicação é começar a suar noutras áreas do corpo, o que se denomina de hiperidrose compensatória, contudo, quando ocorre, é geralmente bem tolerada pela maioria dos pacientes.

Não deixe que a hiperidrose tenha um impacto negativo na sua vida. Procure o acompanhamento e os tratamentos necessários para vencer esta doença e ter uma vida normal, sem constrangimentos ou vergonhas. Ganhe coragem e enfrente este problema de saúde.

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