Alguns estudos defendem que a aprendizagem e uso ativo de duas línguas serve para treinar as funções executivas no cérebro. Contudo, um novo estudo mostrou que, embora o bilinguismo seja muito útil na comunicação entre as pessoas, não parece aumentar as habilidades cognitivas relacionadas às funções executivas.

Os resultados foram extraídos de um estudo realizado pela Universidade Åbo Akademi, na Finlândia. “Os benefícios do bilinguismo nas funções executivas têm sido foco de pesquisas nos últimos anos, e o tema tem recebido uma grande atenção, não só na comunidade científica, mas também na comunicação social internacional. Acredita-se que o uso ativo de duas línguas e o intercâmbio entre línguas formem essas funções, mas a nossa visão abrangente de toda a pesquisa existente não é compatível com esta afirmação”, disseram os investigadores.

Os especialistas fizeram uma revisão sistemática de 152 estudos focados no desempenho dos adultos bilíngues e monolingues em tarefas que medem diferentes áreas de funções executivas.

Esses estudos foram realizados em 27 países onde o bilinguismo assume diferentes formas. Na revisão, não foram encontrados benefícios significativos para os bilíngues em qualquer subárea de funções executivas.

O estudo também analisou uma série de fatores que alegadamente afetam a amplitude do benefício observado. Tais fatores incluíram, por exemplo, idade de aquisição da segunda língua, idade dos participantes e par de idiomas.

De acordo com os investigadores, os resultados indicam que o bilinguismo ou o uso ativo de outro idioma não melhora as funções executivas em adultos saudáveis.