Um estudo de cientistas dos Estados Unidos revela que níveis elevados de gordura corporal estão associados a um maior risco de cancro da mama recetor de estrogénio (RE) positivo em mulheres pós-menopáusicas com índice de massa corporal normal (IMC).

A investigação foi apresentada na Conferência Especial da Associação Americana de Pesquisa do Cancro - Obesidade e Cancro: Mecanismos subjacentes à etiologia e resultados - realizada de 27 a 30 de janeiro de 2018 em Austin, Texas.

Uma equipa de cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque, avaliou a correlação entre os níveis de gordura corporal e o risco de cancro da mama entre mulheres com IMC normal.

O estudo foi realizado no âmbito da Women's Health Initiative e incluiu 3 460 mulheres pós-menopáusicas com IMC de 18,5 a <25 kg/m². Um total de 182 mulheres com cancros invasivos foram acompanhadas por um tempo médio de 16 anos, dos quais 146 foram RE positivos.

Os dados apurados mostraram que os índices de risco ajustados multivariáveis foram 1,7 e 1,75 para o cancro da mama invasivo no quartil mais alto versus o mais baixo da massa gorda do corpo inteiro e da massa gorda do tronco, respetivamente.

Os índices de risco ajustados correspondentes ao cancro da mama RE positivo foram 2,1 e 1,91. Após o ajuste para a relação cintura-quadril, as associações permaneceram estatisticamente significativas.

Os autores afirmaram que os resultados apurados mostram que o risco de cancro da mama invasivo é aumentado em mulheres pós-menopáusicas com IMC normal e níveis mais altos de gordura corporal, o que significa que uma grande proporção da população tem um risco não reconhecido de desenvolver esse tipo de tumor.