Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Sydney, na Austrália, e do Royal Veterinary College, no Reino Unido permitiu concluir que a esperança média de vida dos labradores castanhos é significativamente mais baixa do que a dos labradores pretos e amarelos.

Durante o trabalho, publicado na revista científica Genética Canina e Epidemiologia, a equipa analisou dados de 33.320 labradores, dos quais uma amostra aleatória de 2.074 foi selecionada para avaliar problemas de saúde e mortalidade. Dos labradores estudados, 44,6 por cento tinham pelagem preta, 27,8 por cento eram amarelos e 23,8 por cento, eram cor de “chocolate”.

O gene da cor de “chocolate”, ao contrário dos genes das cores preta e amarela, é recessivo nos labradores, o que significa que tanto a mãe quanto o pai devem ser desta cor para produzir a característica nos filhotes.

Segundo os autores do estudo, este tom de pelo é desejada nas ninhadas, por isso, os criadores são motivados a reproduzir a partir de certas linhas que podem inadvertidamente aumentar a predisposição das crias para certas doenças.

Os resultados da investigação revelaram que os labradores castanhos têm uma esperança média de vida 10 por cento inferior face aos animais das outras tonalidades.

Esta diferença acontece porque a cor “chocolate” é proveniente de um gene recessivo que, quando presente em qualquer raça de cão pura, torna o animal mais suscetível a doenças e problemas de saúde. Neste caso, os animais com pelo castanho são mais sensíveis a desenvolver problemas nas articulações, doenças de pele e inflamações de ouvido, além de obesidade.

Mas a influência humana na construção de raças não influência apenas o Labrador.

Já não é novidade a existência de outras raças a sofrer de problemas de saúde devido a mudanças conduzidas pelos humanos, como é o caso, por exemplo,  dos Pugs e dos Bulldogs Franceses, que, por terem o focinho achatado, sofrem com problemas respiratórios.