DESIDRATAÇÃO

Problemas de sono podem ser consequência de desidratação

Um estudo publicado por professores da Universidade de Connecticut, no Texas, mostrou que mesmo uma ligeira desidratação pode ser a causa de alguns problemas de sono e de fadiga.

Problemas de sono podem ser consequência de desidratação


Durante os meses quentes de verão, somos constantemente lembrados da necessidade de beber água com frequência para nos mantermos hidratados. A recomendação é geral, embora se dê um ênfase particular às crianças e aos idosos.

Depois, chega o inverno e parece que já não é necessário beber água, como se o sol fosse o único motivo para perdermos água. No entanto, o aquecimento e, principalmente, o ar condicionado ligado para o calor contribuem significativamente para o ar mais seco. O ar frio exterior também é mais seco e, por fim, o frio também engana o cérebro, reduzindo a nossa sensação de sede.

No inverno até se pode beber menos água, mas continua a perder-se a mesma quantidade. O corpo fica desidratado, e uma possível consequência são os problemas de sono e a fadiga, cuja causa se desconhece ou se atribui ao stress.

Segundo o professor Alan Ky, diretor do estudo, mesmo uma ligeira desidratação dificultava o sono dos voluntários, mas isto não significa que tenham dormido menos. Pelo contrário, verificou-se que, em média, estas pessoas dormiam mais porque tinham uma maior sensação de fadiga.
Estes indivíduos dormiram, em média, mais uma hora do que o grupo de controlo, que estava bem hidratado, no entanto, acordaram mais cansados e com a sensação de que o sono não tinha sido tão reparador.

Não é novidade que a desidratação pode afetar o sono, mas a nova descoberta é que para isso acontecer não tem de ser uma desidratação grave. Basta um dia sem beber líquidos suficientes, ou sem fazer exercício físico e repor os fluidos necessários para o corpo se manifestar à noite. Isto porque enquanto se dorme não se descansa apenas, o organismo aproveita este tempo para realizar diversas funções vitais, como a reparação e a limpeza celular. E para isso, precisa de água.

Na verdade, os motivos pelos quais a desidratação dificulta o sono e nos deixa cansados ao acordar são vários.
Em primeiro lugar, a área do cérebro mais diretamente ligada à regulação de fluidos é a mesma que controla o nosso relógio biológico (ritmos circadianos). É no hipotálamo que a melatonina, a hormona mais associada ao sono, é segregada, sinalizando ao organismo que está na hora de dormir.

A desidratação também aumenta a frequência cardíaca. O coração precisa de acelerar porque o sangue fica mais espesso e com um fluxo mais lento. Uma frequência cardíaca ligeiramente acelerada não favorece o relaxamento.
Além disso, quando dormimos, a temperatura corporal desce, enquanto a desidratação a eleva ligeiramente. Por outras palavras, quando se está desidratado, o corpo envia sinais que interferem diretamente no processo de preparação para o sono.

Por fim, também altera algumas hormonas relacionadas com a motivação e o estado de alerta, como a dopamina e a norepinefrina. Quando estes sistemas são afetados, sentimo-nos mais lentos e exaustos pela manhã.

A solução não é beber muita água à noite para resolver o problema. Aliás, se encher o estômago de água pouco antes de dormir, provavelmente terá de ir à casa de banho uma ou várias vezes. Isto interrompe os ciclos de sono e pode deixá-lo tão cansado como antes, ou até mais. Assim, os especialistas recomendam manter-se bem hidratado durante o dia e reduzir a ingestão de líquidos nas duas últimas horas antes de dormir.

Fonte: Tupam Editores

ÚLTIMAS NOTÍCIAS