Uma equipa de investigadores da Universidade de Ciências da Saúde de Istambul, realizou um estudo transversal com 232 mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos: 192 diagnosticadas com fibromialgia e 40 controlos agrupados por idade e sintomas, sem fibromialgia. O objetivo era examinar a prevalência de BH e comparar as características clínicas.

Os especialistas identificaram a BH em 62,0% das doentes com fibromialgia e em 28,6% dos controlos. Comparativamente com as doentes com fibromialgia sem BH, as doentes com fibromialgia e BH eram significativamente mais velhas e apresentavam maior duração da doença.

Em comparação com os doentes com fibromialgia sem BH e com o grupo controlo com BH, os valores do Índice de Dor Generalizada, da Escala de Gravidade dos Sintomas e do Índice Geral de Sintomas foram significativamente mais elevados entre os doentes com fibromialgia e com BH.

Verificou-se ainda que os doentes com fibromialgia e BH apresentaram mais frequentemente comorbilidades psiquiátricas, síndrome do intestino irritável e obesidade. Observaram-se correlações moderadas entre a gravidade dos sintomas de BH e a gravidade dos sintomas da fibromialgia.

Segundo a Dra. Duygu Kurtulus, uma das especialistas envolvidas no estudo, os doentes com fibromialgia e BH apresentaram maior gravidade dos sintomas, maior número de comorbilidades psiquiátricas e somáticas e maior capacidade funcional, quando comparados tanto com doentes com fibromialgia sem BH, tal como no grupo controlo com BH.

Os resultados permitiram apurar que a BH é altamente prevalente e clinicamente relevante em mulheres com fibromialgia. A sua presença está associada a uma maior gravidade dos sintomas e carga de comorbilidades, corroborando a hipótese de que a BH na fibromialgia pode representar uma manifestação de sensibilização central.