A equipa de investigação analisou a prevalência, o rastreio, o diagnóstico e o tratamento da sobrecarga de ferro na DF utilizando dados do ASH Research Collaborative Data Hub, uma coorte contemporânea multi-institucional de indivíduos com a doença.

Foram incluídos adultos (≥18 anos) com diagnóstico confirmado de anemia falciforme e ≥1 ano de seguimento. Dos 3723 indivíduos com diagnóstico confirmado da doença que preencheram os critérios de inclusão, 378 (10%), 328 (8,8%) e 3017 (81%) foram classificados como tendo sobrecarga de ferro provável, possível e improvável, respetivamente.

Os indivíduos com genótipo HbSS (n = 2394, 64,3%) apresentaram a maior prevalência de sobrecarga férrica possível e provável (“credível”), com 281 (11,7%) e 347 (14,5%), respetivamente. Foram observadas diferenças entre os locais de estudo na prevalência de sobrecarga de ferro credível, variando entre 7,9% a 29,7%.

Durante o período de estudo, observou-se uma maior média de atendimentos nas urgências e internamentos hospitalares em indivíduos com sobrecarga de ferro credível. No geral, 5,3%, 2,4% e 1,0% dos indivíduos dos grupos provável, possível e improvável, respetivamente, faleceram.

Foram obtidas ressonâncias magnéticas em 105 (27,8%) do grupo provável, 75 (22,9%) do grupo possível e 237 (7,9%) do grupo improvável. A quelação foi prescrita em 166 (43,9%) do grupo provável, 104 (31,7%) do grupo possível e 82 (2,7%) do grupo improvável.

Segundo Samuel R. Wilson, da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, a decisão de receber uma transfusão de sangue pode ser muito complexa para indivíduos com anemia falciforme, e dados como estes podem ajudar a esclarecer estes doentes para poderem decidir se é a opção certa para eles.