CÉREBRO

Cérebro atinge o seu desempenho máximo mesmo após os 55 anos

As faculdades mentais não se perdem no início da vida adulta, pelo contrário. Um estudo internacional, publicado na revista Intelligence, revela agora, com evidências científicas, a notável capacidade de tomada de decisões de adultos com mais de 50 anos. Os especialistas conseguiram identificar o estágio em que o cérebro atinge o seu potencial máximo.

Cérebro atinge o seu desempenho máximo mesmo após os 55 anos


Durante décadas, presumiu-se que o desempenho mental máximo ocorre aos vinte ou trinta anos e que, a partir daí, tudo declina. É verdade que podem surgir ideias inovadoras na juventude, muitas vezes porque os jovens não estão presos a limitações ou hábitos estabelecidos, no entanto, somos vítimas do que a psicologia chama de viés de disponibilidade: fazer com que alguns casos excecionais pareçam a norma.

E não é assim. Os grandes génios jovens não pressupõem que toda a população tenha a capacidade de atingir o ápice do desempenho cognitivo nos primeiros anos da maturidade. Recentemente, um novo estudo revelou a verdade sobre o potencial mental.

A investigação, liderada por investigadores da Universidade da Austrália Ocidental, utilizou uma nova abordagem para compreender esse potencial.
O estudo não se limitou a medir a velocidade mental ou a memória a curto prazo. Ampliou o seu escopo para incluir inteligência emocional, raciocínio e conhecimento, entre outras habilidades. Foram combinados múltiplos traços cognitivos e de personalidade.

Ao integrar todos os dados, os especialistas concluíram que o funcionamento mental geral atinge o pico entre os 55 e os 60 anos de idade e começa a declinar por volta dos 65, com uma queda mais acentuada após os 75.

Verificou-se ainda que características como a capacidade de responsabilidade eram muito maiores aos 60 anos do que na juventude (algo que já se podia inferir) e atingem o pico aos 65. O pico da estabilidade emocional é atingido aos 75 anos, embora aos 40 anos a pessoa já possua um nível elevado de inteligência emocional.

O estudo não derruba tudo o que se pensava saber sobre as capacidades na juventude. É verdade que o cérebro jovem é mais plástico (mais maleável) e continua a responder melhor e mais rapidamente, por exemplo, a mudanças e inovações. O que acontece é que, quando ampliamos o que consideramos inteligência, os valores gerais mudam.

De acordo com Gilles Gignac, coautor do estudo, embora algumas capacidades diminuam com a idade, são compensadas pelo desenvolvimento de outras características importantes. Essa compensação de capacidades contribui para um melhor julgamento e decisões mais ponderadas.

O importante é nunca pararmos de aprender e praticar com a nossa mente. Diversos estudos revelaram que existem capacidades (memória, julgamento) que podem ser perdidas se não forem exercitadas. Isso não invalida este estudo. Apenas indica que, se pararmos de exercitar o cérebro, os anos podem, de facto, causar um declínio na inteligência em vez de uma melhoria geral.

Fonte: Tupam Editores

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