A DA é uma condição crónica da pele, mediada pelo sistema imunológico, que frequentemente precede o desenvolvimento de asma e de rinite alérgica. As crianças com esta doença também têm maior risco de infeções, incluindo as que afetam a pele e o sistema respiratório.

O estudo de coorte retrospetivo, publicado no jornal Annals of Allergy Asthma & Immunology, analisou 5.758 pacientes pediátricos com DA, menores de 17 anos, vacinados e 5.758 não vacinados. Os participantes foram agrupados por dados demográficos e histórico de saúde, e todas as crianças com infeção prévia de Covid-19 ou comorbidades importantes foram excluídas.

De acordo com Zhibo Yang, investigador principal do estudo, os resultados sugerem que a vacinação contra Covid-19 não só protege contra o coronavírus, mas também tem benefícios mais amplos na saúde das crianças com DA.

De entre as principais descobertas, o destaque vai para o facto de as crianças vacinadas terem apresentado menos infeções, como otite média, pneumonia, bronquite, bronquiolite, sinusite, infeções do trato respiratório superior, impetigo, molusco contagioso e outras infeções de pele.
O risco de condições alérgicas, como asma, rinite alérgica, dermatite de contacto e anafilaxia alimentar, também foi menor nestas crianças.

Do momento da vacinação ao início da infeção, houve um atraso no desenvolvimento de várias condições, incluindo rinite alérgica, infeções virais e infeções do ouvido.

Para Yang, os resultados indicam que a vacinação pode ajudar a reduzir a probabilidade de progressão de doenças atópicas, como o desenvolvimento de asma, em crianças com eczema, o que só vem reforçar a segurança e os potenciais benefícios adicionais da vacinação contra a Covid-19 nesta população vulnerável.

As descobertas vêm corroborar as evidências que consideram que a vacinação é uma ferramenta valiosa na proteção das crianças com doenças alérgicas crónicas.