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Sono interrompido em adolescentes é fator de risco para suicídio

Uma nova investigação da Universidade de Warwick permitiu concluir que os adolescentes que não dormem o suficiente nas noites de escola ou aqueles que têm o sono interrompido correm maior risco de suicídio.

Sono interrompido em adolescentes é fator de risco para suicídio


O suicídio é uma das principais causas de morte entre os adolescentes nos países desenvolvidos. Apesar da tendência destes para perder o sono – devido a fatores biológicos e sociais – o impacto a longo prazo dessa perda de sono no risco de suicídio mantém-se incerto.

Mas, recentemente, os investigadores demonstraram a existência de uma ligação longitudinal entre o sono interrompido no início da adolescência e as tentativas de suicídio posteriores, pela primeira vez no contexto da tomada de decisões e de riscos.

O novo estudo, publicado no jornal Sleep Advances, analisou dados de mais de 8.500 jovens no Millennium Cohort Study (MCS), dos quais 4.369 (51,26%) eram mulheres. Verificou-se que os adolescentes que relataram uma tentativa de suicídio aos 17 anos tinham mais propensão para passar menos tempo na cama em dias letivos e a ter o sono interrompido aos 14 anos.

Essas associações mantiveram-se mesmo tendo-se considerado fatores de risco de suicídio estabelecidos, como estatuto socioeconómico, histórico de automutilação e dificuldades de saúde mental.

Apurou-se ainda que menor tempo total na cama em dias de aula e despertares noturnos mais frequentes eram fatores de risco mais fortes em comparação com sintomas depressivos e outros fatores de risco psicossociais estabelecidos.

Segundo Michaela Pawley, uma das investigadoras envolvidas, as descobertas mostram
que os adolescentes que têm dificuldade em manter e ter um sono suficiente têm maior probabilidade de relatar uma tentativa de suicídio vários anos depois. A falta de sono não é apenas um sintoma de dificuldades mais amplas, mas um fator de risco significativo por si só. Lidar com problemas de sono pode ser uma parte vital das estratégias de prevenção do suicídio.

É essencial reconhecer que a privação e a fragmentação de sono não são queixas triviais – elas podem desgastar as defesas das pessoas e levar a ações ou comportamentos com consequências de vida ou morte. Se se conseguir identificar e apoiar melhor os adolescentes com dificuldades de sono, poderá ser possível reduzir as tentativas de suicídio.

Fonte: Tupam Editores

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