HIPERTENSÃO

Mudanças no consumo de álcool podem afetar a pressão arterial

O consumo leve a moderado de álcool está associado a aumentos na pressão arterial (PA) e deixar de beber – ou até beber menos – pode levar a reduções clinicamente significativas da PA, de acordo com um estudo publicado no JACC. Os resultados mostram que pequenas mudanças no consumo de álcool podem afetar a PA, podendo ser uma estratégia para a controlar e melhorar.

Mudanças no consumo de álcool podem afetar a pressão arterial


O estudo tinha como objetivo determinar se a interrupção do consumo de álcool está associada à melhora dos níveis de PA entre bebedores habituais e se o início do consumo afeta a PA entre os bebedores não habituais.

A investigação concentrou-se em grupos pouco estudados, particularmente mulheres, bebedores leves a moderados e consumidores de diferentes tipos de bebidas, para entender melhor como até níveis baixos de consumo de álcool influenciam o controle da PA.

Nesta análise longitudinal de check-ups anuais realizada no Japão, os especialistas analisaram 359.717 consultas anuais de check-up de saúde de 58.943 adultos (52,1% mulheres; idade média de 50,5 anos) entre 2012 e 2024.

O consumo de álcool foi autorrelatado e classificado por consumo padrão de bebidas por dia. O estudo acompanhou as alterações na pressão arterial sistólica e diastólica entre as visitas, utilizando um modelo estatístico que levou em conta dados demográficos, histórico médico e fatores de estilo de vida.

Os participantes do estudo foram divididos em duas coortes: 1) bebedores habituais na primeira visita e 2) não bebedores na primeira visita. A Coorte 1 foi criada para compreender a associação entre as alterações na PA e a cessação do consumo de álcool ou a manutenção do consumo habitual; já a Coorte 2 foi criada para compreender a associação entre as alterações na PA e o início ou a ausência de consumo na visita seguinte.

Entre os participantes que deixaram de beber, observou-se uma PA mais baixa com base no nível de consumo. As mulheres que deixaram de beber de uma a duas doses por dia apresentaram uma redução de 0,78 mmHg na PA sistólica e de 1,14 mmHg na PA diastólica. Os homens que pararam de beber em níveis semelhantes apresentaram reduções de 1,03 mmHg e 1,62 mmHg, respetivamente.
Por outro lado, os participantes que iniciaram o consumo de álcool apresentaram PA mais alta com base no nível de consumo, com tendências semelhantes entre os sexos.

Análises específicas às bebidas revelaram que o tipo de álcool (cerveja, vinho ou destilados) não alterou significativamente os efeitos da PA, o que sugere que a quantidade de álcool ingerida é o principal fator determinante das alterações da PA, e não os componentes específicos da bebida.

Segundo Takahiro Suzuki, do Hospital Internacional St. Luke e do Instituto de Ciências de Tóquio, o estudo mostra que, quando se trata da pressão arterial, quanto menos se bebe, melhor. Quanto mais álcool a pessoa ingere, mais elevada é a sua pressão arterial.
No passado, os cientistas acreditavam que pequenas quantidades de álcool poderiam ser aceitáveis, mas os resultados sugerem que não consumir álcool é a melhor opção.
A verdade é que a cessação do consumo de álcool, mesmo em níveis baixos, pode prevenir ou tratar a hipertensão.

Fonte: Tupam Editores

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