STRESS

Stress infantil associado a doenças crónicas na idade adulta

Uma investigação realizada por especialistas da Universidade Duke descobriu uma forte ligação entre sofrer maior stress na infância e o desenvolvimento de condições adversas de saúde mais tarde na vida.

Stress infantil associado a doenças crónicas na idade adulta


O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, utilizou métricas mensuráveis de saúde ao longo do tempo para criar uma visão mais quantitativa de como o stress no início da vida afeta a saúde.

Já há muito tempo, pelo menos desde os anos 80, que se tem a perceção que quando as crianças enfrentam adversidades na vida, isso afeta o funcionamento do seu corpo, não apenas psicologicamente, mas também fisiologicamente. Isso torna-se evidente e reflete -se na maneira como o corpo lida com o stress.

A equipa concentrou-se na carga alostática (CA), que diz respeito ao “desgaste” ou dano no organismo causado pela ativação frequente e prolongada dos sistemas de resposta ao stress. Foram testadas associações entre a CA na infância e a saúde cardiometabólica na idade adulta, tendo por base biomarcadores que incluíam os anticorpos contra a proteína C-reativa – um marcador de inflamação no corpo, e o vírus Epstein-Barr, comum e altamente contagioso, o índice de massa corporal, e a pressão arterial.

A análise da autora principal, Elena Hinz, revelou que os níveis de stress de uma criança – em crianças entre os 9 e 11 anos –, são um indicador da sua saúde cardiovascular e metabólica na idade adulta.

Geralmente, os investigadores pedem aos adultos que se recordem do seu stress. Mas Hinz e a equipa utilizaram um amplo estudo que recolheu amostras quantitativas – e não apenas qualitativas – ao longo do tempo.
Os autores examinaram os dados do estudo longitudinal GSMS sobre transtornos psiquiátricos infantis que começou em 1992 – e continua até hoje – para determinar a necessidade de serviços de saúde mental.

Quando se passa por uma situação stressante, o corpo reage coletivamente aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Essas e outras respostas ajudam a lidar com esse stress, mas não é bom estar sempre nesse estado.
Para a especialista, a pobreza está no cerne do estudo, que indica que um lar estável e financeiramente seguro é essencial para uma infância saudável, e livre de stress crónico.

Avaliar a CA através de indicadores neuroendócrinos, imunológicos e metabólicos no início da vida pode ser uma ferramenta eficaz para identificar indivíduos em risco de desenvolver condições adversas de saúde na idade adulta.
Os resultados do estudo destacam a importância de reduzir a exposição crónica ao stress no início da vida para promover uma longevidade saudável.

Fonte: Tupam Editores

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