Novo comprimido reduz a hipertensão em pacientes renais
Um estudo publicado recentemente no Journal of the American Society of Nephrology revelou que um novo comprimido que bloqueia a hormona aldosterona é promissor para reduzir a pressão arterial e potencialmente retardar a progressão da doença renal em pessoas com ambas as condições.

O ensaio clínico de Fase 2 (FigHTN) descobriu que o novo medicamento, baxdrostat, originou uma redução de aproximadamente 5% na pressão arterial sistólica – o número mais alto na leitura da pressão arterial –, quando administrado a pacientes com doença renal crónica (DRC) que não conseguiam controlar a tensão alta com os medicamentos existentes.
O estudo FigHTN incluiu 195 participantes com idade média de 66 anos que já estavam a tomar medicamentos para controlar a pressão arterial, mas que ainda apresentavam uma pressão arterial sistólica média elevada de 151 mmHg.
Os participantes também apresentavam um nível de DRC, mas não tinham insuficiência renal. Durante 26 semanas, além do tratamento padrão, os participantes receberam uma dose baixa ou alta de baxdrostat ou um placebo.
O efeito colateral mais comum foi a elevação dos níveis de potássio no sangue, que ocorreu em 41% dos que tomaram o medicamento, em comparação com apenas 5% no grupo do placebo, embora a maioria dos casos tenha sido leve a moderada.
Os resultados destacaram a importância para os pacientes com doença renal. Para o Dr. Jamie Dwyer, líder do estudo e professor de medicina da University of Utah Health, em Salt Lake City, as descobertas são encorajantes para as pessoas que vivem com DRC e pressão alta, duas condições que frequentemente andam juntas.
A pressão arterial não controlada pode piorar a função renal, e o declínio da função renal pode, por sua vez, elevar ainda mais a pressão arterial, criando um ciclo desafiador para os pacientes.
O novo medicamento também revelou beneficiar outros pacientes com pressão alta resistente ao tratamento, quando tomado uma vez ao dia durante três meses.
Numa análise adicional, os especialistas investigaram o potencial impacto do medicamento diretamente na função renal. Os participantes que tomaram o baxdrostat tiveram uma redução de 55% na quantidade de albumina perdida na urina em comparação com aqueles que tomaram um placebo. Níveis elevados de albumina na urina são considerados um preditor de doenças cardíacas e renais.
Segundo Dwyer, a redução da albumina na urina dá esperança de que o baxdrostat também possa ajudar a retardar os danos renais. Esse potencial está em avaliação em dois estudos de Fase 3 em larga escala.