SEXUALIDADE

Prazer sexual continua a ser importante na transição da menopausa

Nos últimos anos, houve um aumento dos estudos sobre a sexualidade dos idosos, no entanto, a maioria concentrou-se na frequência da atividade sexual e nas experiências durante o sexo com parceiros, nos problemas sexuais ou nos aspetos negativos do envelhecimento.

Prazer sexual continua a ser importante na transição da menopausa


Mas um estudo conduzido por investigadores do Instituto Kinsey tinha como objetivo avaliar a frequência e os motivos da masturbação, a qualidade do orgasmo e o uso de brinquedos sexuais durante a masturbação, e comparar essas experiências entre mulheres em diferentes estágios da transição da menopausa (pré, peri e pós-menopausa).

A investigação, publicada na Menopause, incluiu 1.500 mulheres americanas com idades compreendidas entre 40 e 65 anos, e permitiu concluir que apesar de relatarem masturbar-se com menos frequência, a maioria das mulheres na pós-menopausa continua a ter orgasmos com a mesma frequência e qualidade que as suas pares mais jovens.
Mais da metade (55,8%) da amostra disse estar na pós-menopausa, 22,7% na perimenopausa e 21,5% na pré-menopausa.

Verificou-se que havia diferenças significativas na frequência da masturbação, com as mulheres na pós-menopausa a relatar uma frequência menor em comparação com os outros dois grupos. As mulheres na pós-menopausa também avaliaram a importância da masturbação nas suas vidas como menor, em comparação com as mulheres na perimenopausa e na pré-menopausa.

Não houve diferenças na frequência dos orgasmos durante a masturbação entre os grupos, com a maioria das mulheres a relatar atingir o orgasmo, em média, em 81% das vezes, independentemente do estágio de transição da menopausa.
No geral, mais mulheres na peri e na pós-menopausa relataram que a qualidade dos seus orgasmos melhorou em vez de piorar nos últimos 10 anos, e a maioria não notou nenhuma mudança.

A percentagem de uso de brinquedos sexuais durante a masturbação foi muito semelhante entre os três grupos, variando de 41% a 47%, sendo os tipos mais comuns de brinquedos sexuais os vibradores varinha e os vibradores coelho.

As descobertas, segundo os especialistas, têm várias implicações clínicas importantes. Antes de mais, destacam o facto de que muitas mulheres na pós-menopausa continuam a autoestimular-se, o que pode aumentar o seu bem-estar e amenizar alguns sintomas da menopausa.
E depois, também realçam a necessidade de os profissionais de saúde discutirem os benefícios que a masturbação pode ter na saúde das mulheres mais velhas. Os brinquedos sexuais tornaram-se mais aceitáveis nos últimos anos, embora a autoestimulação ainda possa ser considerada tabu, especialmente para as mulheres em relacionamentos.

Já para os fabricantes do setor, os resultados do estudo revelam a importância de desenvolver brinquedos sexuais especificamente para as mulheres mais velhas, a fim de tornar o autoprazer mais acessível.

Fonte: Tupam Editores

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