Excesso de ácido oleico incita crescimento de células de gordura
A epidemia de obesidade é o resultado de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais. Um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina de Yale e da Universidade de Nova Iorque apurou que uma dieta rica em gordura, contendo uma grande quantidade de ácido oleico – um tipo de ácido gordo commumente encontrado no azeite – pode levar à obesidade mais do que outros tipos de gordura.

O estudo, publicado na revista Cell Reports, descobriu que o ácido oleico faz com que o corpo produza mais células de gordura. Ao aumentar uma proteína sinalizadora denominada AKT2 e reduzir a atividade de uma proteína reguladora chamada LXR, os níveis elevados de ácido oleico resultaram num crescimento mais rápido das células precursoras que formam novas células de gordura.
Durante a investigação, os especialistas alimentaram ratinhos com uma variedade de dietas especializadas, enriquecidas com ácidos gordos específicos, incluindo os encontrados no óleo de coco, óleo de amendoim, leite, banha de porco e óleo de soja. O ácido oleico foi o único que fez com que as células precursoras que dão origem às células de gordura proliferassem mais do que outros ácidos gordos.
De acordo com Michael Rudolph, um dos investigadores envolvidos no estudo, deve-se pensar nas células de gordura como um exército. Quando se administra ácido oleico, inicialmente ele aumenta o número de “soldados das células de gordura” no exército, o que cria uma maior capacidade de armazenar o excesso de nutrientes da dieta.
Mas com o tempo, se o excesso de nutrientes ultrapassar o número de células de gordura, pode ocorrer obesidade, o que pode levar a doenças cardiovasculares ou diabetes, se não for controlado.
O problema é que não é fácil isolar diferentes ácidos gordos na dieta humana. As pessoas geralmente ingerem uma mistura complexa. Segundo Rudolph há níveis crescentes de ácido oleico nos alimentos, especialmente quando o acesso à variedade de alimentos é limitado e o fast food é uma opção acessível.
A solução para o problema é moderação e consumo de gorduras de diversas fontes. Embora estejam estabelecidas associações entre obesidade e balanço energético positivo, o aumento das taxas de obesidade também coincidiu com mudanças significativas na composição alimentar, cujos efeitos na biologia adiposa requerem uma maior compreensão.