FITOTERAPIA

Alecrim melhora a memória e protege contra Alzheimer

Além do uso culinário, o alecrim (Rosmarinus officinalis) tem vindo a ganhar reconhecimento devido aos seus impressionantes benefícios para a saúde, especialmente no que diz respeito à saúde do cérebro, inflamação e função imunológica. São vários os estudos que sugerem que esta erva aromática é promissora contra o Alzheimer, a principal causa de demência no mundo.

Alecrim melhora a memória e protege contra Alzheimer


Mas, afinal, como atua o alecrim no cérebro? Para começar, o alecrim estimula a circulação sanguínea, inclusive para o cérebro, ajudando a fornecer mais oxigénio e nutrientes, o que pode melhorar a clareza mental. Possui ainda propriedades calmantes, e alguns estudos sugerem que o seu aroma pode reduzir a ansiedade e melhorar o sono – menor stress pode significar melhor foco e retenção de memória.

O alecrim contém compostos que interagem com os neurotransmissores do cérebro. Um desses compostos, o 1,8-cineol, ajuda a prevenir a degradação da acetilcolina – uma substância química cerebral essencial para a aprendizagem e a memória. Ao preservar a acetilcolina, o alecrim pode ajudar a melhorar o desempenho cognitivo, especialmente à medida que se envelhece.

Mas os benefícios não ficam por aqui. O alecrim é ainda rico em antioxidantes, que ajudam a proteger as células cerebrais dos danos causados pelo stress oxidativo, um fator importante no declínio cognitivo.
É rico em fitoquímicos, compostos vegetais com efeitos benéficos para a saúde. Um dos mais poderosos é o ácido carnósico, um agente antioxidante e anti-inflamatório que ajuda a proteger as células cerebrais de danos, particularmente do tipo de danos associados à doença de Alzheimer.

Em 2025, investigadores desenvolveram uma versão estável do ácido carnósico chamada diAcCA. Em estudos pré-clínicos promissores, esse composto melhorou a memória, aumentou o número de sinapses (as conexões entre as células cerebrais) e reduziu proteínas nocivas relacionadas ao Alzheimer, como a beta-amiloide e a tau.

Mas o que é especialmente interessante é que o diAcCA só é ativado em regiões inflamadas do cérebro, o que pode minimizar os efeitos colaterais. Até ao momento, os estudos em ratinhos não mostram sinais de toxicidade e apresentam melhorias cognitivas significativas, aumentando a esperança de que os testes em humanos possam estar para breve.

À medida que os estudos prosseguem, especialmente com compostos inovadores como o diAcCA, o alecrim pode desempenhar um papel importante em futuros tratamentos para o Alzheimer e outras doenças crónicas.
Outras investigações acreditam que o diAcCA pode ajudar a tratar outras condições inflamatórias, como a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e a doença de Parkinson.

Na verdade, os benefícios do alecrim estendem-se além do cérebro. A erva aromática tem sido usada tradicionalmente para facilitar a digestão, aliviar o inchaço e reduzir a inflamação. Compostos como o ácido rosmarínico e o ácido ursólico são conhecidos pelos seus efeitos anti-inflamatórios em todo o corpo.

O alecrim até pode beneficiar a pele: uma revisão sugere que pode ajudar a aliviar acne e eczema, enquanto o ácido carnósico pode oferecer benefícios antienvelhecimento, protegendo a pele dos danos causados pelo sol.
O óleo de alecrim também possui propriedades antimicrobianas, mostrando-se promissor na conservação de alimentos e em potenciais aplicações farmacêuticas, inibindo o crescimento de bactérias e fungos.

Para a maioria das pessoas, o alecrim é seguro quando utilizado na culinária, em chás ou na aromaterapia, no entanto, doses concentradas ou extratos podem representar riscos. O consumo de grandes quantidades pode causar vómitos ou, em casos raros, convulsões, principalmente em pessoas com epilepsia.

Fonte: Tupam Editores

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