PSICOLOGIA

Psicoterapia pai-filho pode ajudar crianças traumatizadas

As crianças menores de seis anos expostas a adversidades e traumas raramente recebem a ajuda de que necessitam, isto porque na Suécia a maioria dos métodos de tratamento focados em traumas tem como alvo crianças mais velhas e adolescentes. Contudo, uma nova investigação da Universidade de Karlstad revelou um método que funciona.

Psicoterapia pai-filho pode ajudar crianças traumatizadas


Testado por Anna Norlén, o método denomina-se Psicoterapia Pai-Filho (CCP na sigla em ingês) e é uma das poucas intervenções desenvolvidas para crianças traumatizadas com menos de seis anos, com foco na relação criança-cuidador como base para a recuperação. Tem sido utilizado com bons resultados noutras partes do mundo, como nos EUA, mas também funciona bem no contexto clínico sueco.

Mas, chegar a esta conclusão foi uma longa jornada. Num primeiro passo, a equipa recebeu formação sobre o método. Em seguida, as crianças e os pais participaram do tratamento do trauma, e finalmente Norlén avaliou a eficácia do tratamento.

O CPP baseia-se no trabalho do terapeuta com a criança e com o cuidador. Dá-se grande ênfase à brincadeira, sempre da perspetiva da criança. Brincar é uma forma de comunicação e, através da brincadeira, os adultos têm a oportunidade de se relacionar com os seus filhos e processar o que eles passaram.

Durante o estudo foram realizadas análises para avaliar o bem-estar emocional da criança e do seu cuidador – geralmente um dos pais –, antes e depois do tratamento. A experiência incluiu ainda uma avaliação de acompanhamento seis meses após o fim do tratamento. Os resultados foram positivos, ou seja, o método funciona e leva a uma melhora duradoura tanto para as crianças quanto para os adultos.

Muitas vezes, os pais partilham o trauma da criança de alguma forma, por exemplo, em casos de acidente, guerra e deslocamento, ou a perda de um ente querido, e descobriu-se que tanto a criança quanto o cuidador obtiveram resultados positivos após o CPP. Os sintomas do trauma diminuíram e o relacionamento entre a criança e o cuidador foi fortalecido.

Norlén realça o relativamente pequeno tamanho da amostra e a ausência de grupo controle, pelo que o estudo deve ser visto apenas como um primeiro passo. Ainda assim, tem esperança de que ajude a disseminar a conscientização sobre o CPP de forma mais ampla na Suécia.

Fonte: Tupam Editores

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