ENVELHECIMENTO

Beber café está associado ao envelhecimento saudável em mulheres

Os resultados de um estudo que envolveu quase 50.000 mulheres acompanhadas durante 30 anos sugerem que uma chávena de café matinal pode fazer mais do que aumentar a energia. Ao que parece, também pode ajudar as mulheres a manterem-se atentas, fortes e mentalmente saudáveis à medida que envelhecem.

Beber café está associado ao envelhecimento saudável em mulheres


A análise, cujas descobertas foram apresentadas no Nutrition 2025 que se realizou recentemente em Orlando, permitiu constatar que as mulheres que beberam café com cafeína na meia-idade tinham maior probabilidade de apresentar um envelhecimento saudável. No entanto, a equipa de investigação não encontrou nenhuma relação com chá ou com café descafeinado, e beber mais refrigerante de cola foi associado a uma probabilidade significativamente menor de envelhecimento saudável.

De acordo com a Dra. Sara Mahdavi, da Universidade Harvard, o estudo possui vários pontos fortes. Além do grande tamanho da amostra e dos 30 anos de acompanhamento, foram avaliados diversos aspetos da longevidade e do envelhecimento saudável, assim como informações muito abrangentes sobre hábitos nutricionais e de estilo de vida, recolhidas a cada quatro anos após o início do estudo.

O estudo incluiu 47.513 mulheres do Nurses' Health Study, com dados dietéticos e de saúde recolhidos desde 1984. A ingestão de cafeína foi avaliada através de questionários de frequência alimentar validados, que incluíam o consumo dos principais contribuintes de cafeína, como café, chá, refrigerantes à base de cola e café descafeinado.

O envelhecimento saudável foi definido como viver até os 70 anos ou mais, estar livre de 11 doenças crónicas graves, manter a função física, ter boa saúde mental, não apresentar comprometimento cognitivo e não ter queixas de memória.

Após 30 anos de acompanhamento, a equipa estimou como a probabilidade de envelhecimento saudável mudava para cada 80 mg de cafeína consumida diariamente pelas participantes. Examinaram ainda bebidas específicas, como café, chá, café descafeinado (por chávena de 240 ml) e refrigerantes de cola (por copo de 350 ml).
Essas análises preliminares levaram em conta outros fatores que podem influenciar o envelhecimento saudável, como peso corporal, tabagismo, consumo de álcool, atividade física, nível de escolaridade e proteína na dieta.

Em 2016, 3.706 mulheres participantes preenchiam todos os requisitos para serem consideradas idosas saudáveis. Na meia-idade, entre 45 e 60 anos, essas mulheres consumiam em média 315 mg de cafeína por dia – aproximadamente a quantidade presente em três chávenas pequenas de café ou uma chávena e meia grande, pelos padrões atuais. Mais de 80% dessa cafeína era proveniente do consumo regular de café.

Para mulheres no grupo de idosos saudáveis, cada chávena extra de café por dia foi associada a uma probabilidade de 2% a 5% maior de ter um bom desempenho na vida adulta, até cinco chávenas pequenas por dia, ou cerca de 2,5 chávenas, de acordo com as medidas atuais.

Não se encontrou nenhuma associação significativa entre o consumo de café ou chá descafeinado e o aumento da probabilidade de envelhecimento saudável. Convém realçar que cada copo pequeno adicional de refrigerante – outra importante fonte de cafeína – foi associado a uma probabilidade de envelhecimento saudável de 20% a 26% menor, o que revela que nem todas as fontes de cafeína são benéficas.

Os resultados, embora preliminares, sugerem que hábitos pequenos e consistentes podem moldar a saúde a longo prazo. O consumo moderado de café pode ter alguns benefícios protetores quando combinado com outros comportamentos saudáveis, como exercícios regulares, uma dieta saudável e evitar o tabagismo.

Na verdade, apesar deste estudo complementar evidências anteriores que sugerem que o consumo de café pode estar associado a um envelhecimento saudável, os benefícios do café são relativamente modestos em comparação com o impacto de hábitos de vida saudáveis em geral, justificando uma investigação mais aprofundada.

Fonte: Tupam Editores

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