MEDICAMENTO

Fármaco para osteoporose é nova esperança contra cancro da mama

Um estudo levado a cabo por cientistas do Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge, em Barcelona, permitiu descobrir o enorme potencial de um medicamento já disponível no mercado para o tratamento do cancro da mama. De nome Denosumab, o medicamento foi prescrito para a osteoporose e os seus efeitos muito positivos foram observados no combate a tumores.

Fármaco para osteoporose é nova esperança contra cancro da mama


O estudo da ação do Denosumab no tratamento do cancro não foi uma coincidência. O medicamento já é utilizado há muito tempo para prevenir a deterioração óssea que pode causar metástase tumoral. E, foi desta forma que se verificou que poderia fortalecer as defesas imunológicas.

A sua potencial aplicação no cancro da mama foi demonstrada num ensaio clínico realizado em colaboração com o Instituto Catalão de Oncologia (ICO). Descobriu-se que a substância não ataca diretamente o tumor, mas estimula a resposta imunológica. Ou seja, aumenta o número de células imunes que se infiltram no tumor e combatem o cancro.

O ensaio clínico envolveu 60 mulheres com cancro da mama em estágio inicial, recém-diagnosticado, que ainda não haviam iniciado nenhum tratamento. Todas aguardavam cirurgia para remoção do tumor.
Algumas das voluntárias receberam doses de Denosumab, enquanto outras seguiram protocolos padrão para atuar como grupo de comparação. Semanas depois, compararam-se as amostras de sangue das mulheres.

Os resultados permitiram concluir que o medicamento não reduziu diretamente as células cancerígenas, mas permitiu que mais células imunes atuassem, abrindo novas esperanças para o tratamento. Esse aumento observou-se em todos os tipos de tumores da mama avaliados.

O Denosumab atua interferindo no metabolismo ósseo. Existem duas proteínas que estão envolvidas nesse metabolismo ósseo – a RANK e a RANKL –, e o medicamento inibe-as.
Essas proteínas estão envolvidas em hormonas como a progesterona, enviando sinais para o desenvolvimento adequado da glândula mamária. Quando as proteínas RANK falham, existe o risco de perda de controle sobre as células mamárias. As células começam reproduzir-se descontroladamente, causando cancro.

Os especialistas, liderados pela Dra. Eva González-Suárez, estão a estudar se a inibição das proteínas RANK e RANKL com o Denosumab pode prevenir o aparecimento do cancro da mama. E se o tumor já se tiver desenvolvido, o prognóstico é melhor.

De acordo com a equipa, os resultados iniciais não mostraram redução do tumor, mas os dados são promissores, e as investigações vão continuar. A estratégia tem potencial porque esse tipo de medicamentos já foi aprovado, portanto, já têm um perfil de segurança bem estabelecido.

Fonte: Tupam Editores

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