Os investigadores realizaram um estudo multinacional, randomizado e controlado por placebo que envolveu pacientes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica ou histórico de doença cardiovascular aterosclerótica que estavam a receber doses máximas toleradas de terapia hipolipemiante. A idade média dos pacientes era de 65 anos, 34% eram mulheres e o nível médio de colesterol LDL inicial foi de 98 mg por decilitro.

Foram eleitos para inclusão na investigação os pacientes com nível de colesterol LDL de 100 mg por decilitro ou superior ou colesterol não-HDL de 130 mg por decilitro ou superior, assim como aqueles com nível de colesterol LDL de 55 a 100 mg por decilitro ou colesterol não-HDL de 85 a 130 mg por decilitro e pelo menos um fator de risco cardiovascular adicional.

Os pacientes foram selecionados numa proporção de 2:1 para receber 10 mg de um medicamento oral de administração única diária denominado Obicetrapib, ou um placebo correspondente durante 365 dias. O desfecho primário foi a variação percentual no nível de colesterol LDL desde o início do estudo até ao dia 84.

No estudo, cujos resultados foram publicados no New England Journal of Medicine, 2.530 participantes com doença cardíaca estabelecida ou colesterol alto genético receberam o Obicetrapib ou um placebo, além dos seus medicamentos regulares para controlar o colesterol. Após 12 semanas, aqueles que tomaram o Obicetrapib reduziram o colesterol LDL em 32,6% e a lipoproteína(a), ou Lp(a), em 33,5%, em média – muitos atingiram, pela primeira vez, as metas recomendadas pelas diretrizes. A incidência de eventos adversos pareceu ser semelhante nos dois grupos.

De acordo com o Professor Stephen Nicholls, o Obicetrapib representa uma nova opção promissora, pois não só reduziu o colesterol LDL em mais de 30%, como também permitiu alcançar uma redução na Lp(a), que é muito mais difícil de tratar e tem sido associada ao aumento do risco de doenças cardíacas.
Esta pode ser uma ferramenta valiosa na luta contra as doenças cardíacas: é eficaz e pode ajudar a diminuir a lacuna dos pacientes que ficaram sem opções.