ENVELHECIMENTO

Estudo associa idade biológica ao risco de demência

As pessoas cuja idade biológica é superior à idade cronológica podem ter maior probabilidade de desenvolver demência do que pessoas cuja idade biológica é igual ou inferior à sua idade cronológica, apurou um estudo realizado por investigadores da Universidade de Zhengzhou, na China.

Estudo associa idade biológica ao risco de demência


Os especialistas utilizaram dois métodos para medir a idade biológica. Esta é baseada em biomarcadores do envelhecimento, como função pulmonar, pressão arterial e colesterol. Mas, para além destes, os métodos mediram ainda outros biomarcadores no sangue, como o volume médio de células e a contagem de glóbulos brancos.
Esses métodos mostram como as diferentes partes do corpo, como metabolismo, imunidade, fígado, rins, coração e outros sistemas, funcionam em conjunto à medida que se envelhece.

O estudo, publicado online na revista Neurology, envolveu 280.918 participantes de um banco de dados do Reino Unido com uma idade cronológica média de 57 anos no início da investigação, que não apresentavam demência naquele momento. Os participantes foram acompanhados durante uma média de 14 anos e, durante esse período, 4.770 pessoas desenvolveram demência.

Enquanto as pessoas que desenvolveram demência posteriormente tinham uma idade cronológica média de 65 anos no início do estudo, em comparação com 57 anos para aquelas que permaneceram sem demência, a sua idade biológica média foi de 55 anos num dos métodos, em comparação com 45 anos para as pessoas sem demência.

Quando se dividiram os participantes em quatro grupos com base na idade biológica, a equipa descobriu que aqueles com a idade biológica mais avançada tinham cerca de 30% mais probabilidade de desenvolver demência do que aqueles no grupo mais baixo. Esses resultados foram ajustados para outros fatores que poderiam afetar o risco de demência, como idade, nível educacional e tabagismo.

Os especialistas descobriram ainda que pessoas com idade biológica avançada também apresentavam alterações cerebrais associadas à demência, como perda de volume da substância cinzenta. Mas essas alterações na estrutura cerebral explicam parte da associação entre idade biológica avançada e demência, mas não a sua totalidade.

Segundo Yacong Bo, autor do estudo, os resultados comprovam a hipótese de que a idade biológica avançada pode contribuir para o desenvolvimento de demência, causando uma mudança generalizada nas estruturas cerebrais.

O investigador considera que com o crescente impacto da demência em todo o mundo, é essencial identificar os fatores de risco e implementar medidas preventivas. Não se pode mudar a idade cronológica, mas pode-se influenciar a idade biológica através de fatores de estilo de vida, como a dieta e o exercício físico.

Fonte: Tupam Editores

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