Bactérias no intestino grosso podem ajudar a prevenir obesidade
Os micróbios presentes no intestino grosso são muito abundantes e, embora alguns possam causar doenças, outros são especialmente benéficos para a saúde. Uma das bactérias mais benéficas é a Akkermansia muciniphila, que representa entre 3 e 5% da microbiota intestinal total em pessoas saudáveis.

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A Akkermansia muciniphila é uma bactéria intestinal que tem recebido bastante atenção devido ao seu potencial para influenciar uma série de condições – o destaque vai para os seus benefícios ao nível da saúde metabólica, intestinal e imunológica.
É uma bactéria mucolítica, ou seja, utiliza como substrato a mucina, um grupo de proteínas glicosiladas que compõem a camada de muco intestinal. Com isso ela promove um feedback positivo, pois estimula a produção de mais mucina ao aumentar a taxa de proliferação das células caliciformes (produtoras de muco).
Uma das funções da bactéria é manter e reforçar a barreira intestinal, impedindo a entrada de bactérias nocivas e garantindo que os nutrientes essenciais da dieta que sustentam as nossas células possam ser absorvidos. No entanto, um desequilíbrio destas bactérias pode levar a sérios problemas de saúde, que podem ser causados por uma alteração da mucina, um grupo de proteínas que abriga bactérias benéficas.
Entre as peculiaridades da bactéria, está o facto de precisar de nutrientes muito específicos, como as glicoproteínas – um tipo de molécula composta por proteínas e hidratos de carbono. Até recentemente, não se sabia como a Akkermansia muciniphila extraía energia, mas agora sabe-se que ela se serve de diversas enzimas que trabalham juntas para libertar o açúcar presente na mucina.
Alguns estudos analisaram como a bactéria também interage com o sistema imunológico e previne o desenvolvimento de obesidade e diabetes. Isso explicaria por que razão as pessoas com certas doenças metabólicas, como diabetes ou esteatose hepática, têm níveis baixos da Akkermansia muciniphila, enquanto as pessoas magras têm níveis mais elevados.
Uma vez que esta bactéria requer hidratos de carbono dos alimentos ricos em fibras, recomenda-se especialmente a ingestão de alimentos como frutas e vegetais, leguminosas, grãos integrais, nozes e sementes. Após o consumo destes alimentos, as bactérias do cólon produzem ácidos gordos, que nutrem a camada superior das células humanas no cólon.
Este tipo de investigação destaca como a Akkermansia muciniphila e outras bactérias requerem uma dieta variada e rica em fibras.