Casos de Parkinson devem chegar aos 25 milhões até 2050
Até 2050, haverá 25,2 milhões de pessoas com doença de Parkinson em todo o mundo. Os números ficam a dever-se, principalmente, ao envelhecimento da população, sugere um estudo publicado pelo The BMJ.

DOENÇAS E TRATAMENTOS
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No geral, o número de pessoas com doença de Parkinson (prevalência em todas as idades) por 100.000 habitantes deve aumentar em 76% e em 55% quando corrigido para diferenças de idade (prevalência padronizada por idade), com projeções de taxas mais elevadas no Leste Asiático.
A doença de Parkinson é a doença neurológica cuja prevalência e incapacidade tem um crescimento mais rápido, mas em muitos países e regiões ainda escasseiam as previsões de prevalência no futuro.
Para colmatar essa lacuna, os investigadores utilizaram dados do Global Burden of Disease Study 2021 para estimar a idade, o sexo e a prevalência específica do ano da doença de Parkinson em 195 países e territórios de 2022 a 2050, assim como os fatores que impulsionam as mudanças nos casos da doença de Parkinson.
Globalmente, a equipa estima que o número de pessoas com doença de Parkinson em 2050 será de 25,2 milhões para todas as idades e ambos os sexos combinados, representando um aumento de 112% em relação a 2021.
Até 2050, os casos de doença de Parkinson devem aumentar em todas as regiões da Carga Global de Doenças, particularmente em países moderadamente desenvolvidos na faixa média da escala do Índice Sociodemográfico (SDI).
Os investigadores prevêem que o envelhecimento populacional será o principal impulsionador (89%) por trás desse aumento, seguido pelo crescimento populacional (20%), com padrões diferentes ao nível regional e nacional.
Estima-se que a prevalência da doença de Parkinson em todas as idades chegará a 267 casos por 100.000 em 2050 (243 para mulheres e 295 para homens), um aumento de 76% em relação a 2021, enquanto a prevalência padronizada por idade deve aumentar em 55% para 216 casos por 100.000.
Prevê-se que o maior número de casos ocorra no Leste Asiático (10,9 milhões), seguido do Sul da Ásia (6,8 milhões), e que o menor número de casos ocorra na Oceania e Australásia.
O aumento mais pronunciado nos casos de doença de Parkinson até 2050 deve ocorrer na África Subsaariana Ocidental (292%), e as projeções apontam que os menores aumentos (28%) devem acontecer na Europa Central e Oriental, devido ao crescimento populacional negativo e uma contribuição menor do envelhecimento populacional.
As pessoas com mais de 80 anos devem ter a maior prevalência (2.087 casos por 100.000) em 2050, enquanto o intervalo de casos entre homens e mulheres também deve aumentar globalmente de 1,46 em 2021 para 1,64 em 2050.
Segundo os especialistas, aumentar a atividade física pode reduzir o número de casos de doença de Parkinson no futuro. Já deixar de fumar pode levar a um aumento na sua prevalência, no entanto, estes resultados devem ser interpretados com cautela.
Para a equipa é urgente a realização de outras investigações que se concentrem no desenvolvimento de novos medicamentos, técnicas de engenharia genética e terapias de substituição celular que visem modificar o curso da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.