GASTROENTEROLOGIA

Humanos estão a perder a capacidade de digerir fibras

As dietas ocidentais e industrializadas carecem seriamente de fibras, o que pode estar a mudar fundamentalmente a forma como os nossos intestinos digerem a matéria vegetal resistente. Um estudo realizado por cientistas da Universidade Ben-Gurion, em Israel, sugere que os humanos estão a perder a capacidade de digerir as fibras.

Humanos estão a perder a capacidade de digerir fibras

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MICROBIOTA INTESTINAL - Fundamental para a boa saúde do organismo


Na investigação, publicada na revista Science, os especialistas utilizaram amostras fecais para testar o microbioma intestinal de humanos de diferentes épocas e regiões. As descobertas sugerem que temos mais em comum com os animais da quinta do que se pensava.

Descobriu-se que os nossos intestinos possuem diversas espécies de micróbios devoradores de celulose que até agora haviam passado despercebidos. Uma espécie está fortemente associada a mamíferos ungulados que ruminam, outra a primatas e outra aos humanos. Todos pertencem ao género Ruminococcus e possuem genes envolvidos na digestão da celulose.

Em amostras fecais de caçadores-recoletores, de populações rurais e de humanos antigos que viveram entre 1.000 e 2.000 anos atrás, os três tipos de micróbios eram abundantes, mas nas populações das sociedades modernas e industrializadas, os mesmos micróbios intestinais eram “visivelmente raros”.

Segundo a microbiologista Sarah Moraïs, líder do estudo, as descobertas em conjunto sugerem um declínio destas espécies no intestino humano, provavelmente influenciado pela mudança para os estilos de vida ocidentalizados.

Os cientistas pensam que se se privarem os micróbios Ruminococcus de fibras vegetais, é possível que o seu número no intestino diminua. Receiam, no entanto, que estas espécies desaparecidas estejam de alguma forma a contribuir para a má saúde metabólica entre as pessoas modernas e urbanizadas.

Apesar de os cientistas acreditarem que pode haver potencial para uma reintrodução intencional ou enriquecimento destas espécies no intestino humano através de suplementos dietéticos ou probióticos especializados, essa possibilidade ainda precisa de ser investigada.

Fonte: Tupam Editores

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