NEFROLOGIA

Implantado rim de porco em primeiro paciente humano vivo

Pela primeira vez cirurgiões do Massachusetts General Hospital (MGH), em Boston, realizaram um transplante de rim de porco geneticamente editado num ser humano que sofria de insuficiência renal numa fase avançada.

Implantado rim de porco em primeiro paciente humano vivo

MEDICINA E MEDICAMENTOS

TRANSPLANTES O PRÓXIMO FUTURO


Este tipo de rins de porco, alterados para reduzir o risco de rejeição e de doenças, já haviam sido colocados com sucesso em macacos e em corpos de doadores humanos em morte cerebral. Mas Rick Slayman, um paciente negro de 62 anos, é o primeiro ser vivo a receber um rim de porco geneticamente modificado, numa operação que durou quatro horas.

Segundo o paciente, que está a recuperar bem e deve receber alta brevemente, a sua cirurgia, além de uma forma de o ajudar, também dá esperança às milhares de pessoas que precisam de um transplante para sobreviver.

O rim de porco era proveniente da eGenesis, uma empresa de Cambridge, Massachusetts, que tem vindo a realizar experiências com alterações genéticas para tornar órgãos de porcos transplantáveis para humanos. Segundo a eGenesis, um macaco vive há dois anos com um dos seus rins de porco transplantados.

O rim recebido por Slayman tinha 69 edições genéticas que removeram genes suínos prejudiciais e adicionaram genes humanos úteis. Os cientistas ainda inativaram retrovírus no porco doador de forma a eliminar qualquer risco de infeção em humanos.

De acordo com o Dr. Winfred Williams, médico do paciente, estes rins de porco geneticamente alterados representam um avanço potencial na resolução de um dos problemas mais intratáveis neste campo, que é o acesso desigual para pacientes de minorias étnicas à oportunidade de transplantes renais devido à extrema escassez de órgãos de doadores e outras barreiras baseadas no sistema.

Os rins são os órgãos mais comuns necessários para transplante. Só nos Estados Unidos, mais de 100 mil pessoas aguardam um órgão para transplante. Cerca de 17 pessoas morrem todos os dias por falta de um doador. E o cenário tende a piorar, pois até 2030 espera-se que as taxas de doença renal em estágio terminal aumentem de 29% para 68%.
Para o Dr. Leonardo Riella, diretor médico do MGH para transplante renal, o xenotransplante representa um solução promissora para a crise de escassez de órgãos.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS