Para a investigação, publicada no American Journal of Obstetrics and Gynecology, foram utilizados os registos de saúde de 364.924 bebés nascidos de membros da Kaiser Permanente Northern California (KPNC) entre Janeiro de 2011 e Julho de 2020. Destes, 22.624 (6,2%) foram expostos à canábis no útero.

As informações sobre o uso de canábis foram obtidas a partir de um questionário de triagem pré-natal de autorrelato e de um exame toxicológico à urina.

Após ajuste para possíveis fatores de confusão, incluindo exposição in utero a outras substâncias, a exposição à canábis durante a gravidez foi associada a maiores hipóteses de baixo peso ao nascer, bebé pequeno para a idade gestacional, nascimento prematuro e admissão na UTIN.
Houve uma associação sugestiva com nascimento prematuro precoce (<34 semanas), mas nenhuma associação significativa com suporte respiratório infantil.

A análise dose-resposta encontrou uma probabilidade crescente de baixo peso ao nascer e bebé pequeno para a idade gestacional com o aumento da frequência do uso pré-natal de canábis pela mãe. As análises de sensibilidade apoiaram ainda um aumento da probabilidade de baixo peso ao nascer e de bebé pequeno para a idade gestacional, embora as associações com outros resultados não tenham sido significativos.

As descobertas estão em consonância com estudos anteriores que sugerem uma ligação entre o uso pré-natal de canábis e bebés com baixo peso ao nascer, pelo que as mulheres grávidas devem evitá-la durante a gestação.

Os médicos devem informar as mulheres que estão grávidas ou que estão a pensar engravidar sobre os possíveis resultados adversos para a saúde neonatal associados ao uso pré-natal de canábis, com o intuito de evitar situações altamente stressantes para a família mas, principalmente, os resultados adversos de longo prazo para a criança.