ALIMENTAÇÃO

Ser vegetariano pode estar escrito nos genes

O vegetarianismo é praticado há milénios em diferentes sociedades e culturas, mas atualmente apenas uma pequena minoria de pessoas deixa de comer carne. Alguns optam por uma dieta sem carne por razões éticas, como o bem-estar dos animais ou a redução das emissões de carbono, mas poderá ser hereditário?

Ser vegetariano pode estar escrito nos genes

DIETA E NUTRIÇÃO

VEGETARIANISMO


Uma equipa de investigadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, acredita ter descoberto provas de que a opção por uma dieta à base de plantas poderá ser influenciada pela nossa genética.

Para determinar se a genética contribui para a capacidade de aderir a uma dieta vegetariana, os especialistas compararam os dados genéticos de 5.324 vegetarianos estritos (que não consumiam peixe, aves ou carne vermelha) do Biobanco do Reino Unido com 329.455 controlos. Todos os participantes do estudo eram caucasianos brancos para se obter uma amostra homogénea e evitar confusão devido a etnia.

O estudo, publicado na revista Plos One, permitiu identificar um ponto no genoma humano (rs72884519 no cromossoma 18) associado à adesão a uma dieta vegetariana. Os especialistas identificaram três variantes genéticas (NPC1, RMC1 e RIOK3) que estão significativamente associadas ao vegetarianismo e outros 31 genes que estão potencialmente associados. Vários desses genes, incluindo dois dos três principais (NPC1 e RMC1), estão envolvidos no metabolismo lipídico (gordura) e/ou na função cerebral.

Segundo o Dr. Nabeel Yaseen, autor do estudo, os mecanismos pelos quais as variantes genéticas influenciam as escolhas alimentares envolvem uma interação entre o metabolismo, os efeitos fisiológicos e a perceção do sabor. Os níveis de gosto e de consumo de produtos alimentares são influenciados pela perceção do gosto.

Por enquanto, ainda não está claro como esses genes podem influenciar a escolha das pessoas de se tornarem vegetarianas. No entanto, as descobertas dão uma ideia de como a genética pode determinar parcialmente os alimentos que escolhemos.

A equipa espera que o estudo estimule mais investigação sobre a genética e a fisiologia do vegetarianismo e que as investigações futuras forneçam mais informações sobre o papel desempenhado pelos genes e variantes identificados. Esse conhecimento poderá vir a permitir dar recomendações dietéticas mais personalizadas e talvez possibilitar a produção de melhores substitutos da carne.

Fonte: Tupam Editores

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