CÉREBRO

Novo estudo analisa como nos lembramos de rostos

A dificuldade comum de recordar um rosto ou um nome torna-se mais difícil à medida que envelhecemos. Uma equipa de investigadores da Universidade Rice, em Houston, levou a cabo um estudo para procurar respostas sobre como funciona o processo de formação de memória associativa, que liga rostos a nomes.

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De acordo com o trabalho, publicado na revista Neuropsychologia, a dificuldade em recordar associações de nomes e rostos pode dever-se à grande quantidade de “sobreposição e interferência” entre as pessoas.
Investigações anteriores sobre a memória não se concentraram nas barreiras naturais à memória, como semelhanças comuns entre características faciais e nomes de indivíduos, além de que as pessoas podem mudar ligeiramente a sua aparência no dia-a-dia através de penteados, roupas e acessórios.

O estudo criou uma nova tarefa de memória de nomes e rostos que inclui imagens de rostos com semelhanças variadas, expressões emocionais, raça e sexo. Os investigadores desenvolveram propositadamente a sua experiência para ativar o hipocampo, a área do cérebro que nos ajuda a processar as experiências e formar memórias.

A amostra era composta por adultos jovens e idosos saudáveis, e ambos os grupos etários tiveram dificuldade em ter um bom desempenho quando a interferência do nome e rosto aumentou mas, no geral, os adultos mais velhos tiveram mais dificuldade em se lembrar de rostos e pares de nomes de rostos do que os adultos jovens. Os jovens também se lembravam melhor de rostos emocionais do que de rostos neutros, mas os adultos mais velhos lembravam-se melhor de rostos positivos.

Para Stephanie Leal, autora principal do estudo, isto sugere que as expressões faciais emocionais são um poderoso modulador da memória. Recordar experiências negativas e positivas com outras pessoas é uma parte importante da dinâmica social que nos ajuda a comunicar e interagir de forma eficaz.

Os resultados mostraram ainda que os participantes brancos se lembravam melhor de rostos brancos do que de outras raças – um resultado verdadeiro tanto para os jovens como para os adultos mais velhos. Essas descobertas estão de acordo com o “efeito de outra raça”, que é caracterizado como reconhecimento facial superior de pessoas da sua própria raça devido a mais interações e experiência – ou conhecimento – com estas.

É importante considerar a população que se está a testar e que tipo de informação pode ser mais ou menos relevante para essa população, pois isso pode ter impactos significativos na memória. Investigações realizadas anteriormente que examinaram esse efeito e a separação dos padrões do hipocampo sugerem que a “experiência” desempenha um papel importante na memória. Temos conexões neurais mais fortes para pessoas, lugares e coisas com as quais temos mais experiência.

O teste idealizado pela equipa foi desenvolvido para ser generalizável entre género e raça, variáveis deixadas de lado em investigações anteriores. Para a professora Leal é essencial que os estudos futuros incluam uma amostra mais diversificada de participantes para determinar com maior detalhe os efeitos do sexo e da raça na memória associativa.

Fonte: Tupam Editores

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