O estudo de coorte incluiu 175.543 trabalhadores empregados ou autónomos que fizeram parte da investigação inicial do UK Biobank (2006-2010). A análise dos dados foi realizada de novembro de 2022 a janeiro de 2023. De entre os participantes, 16,2% revelou trabalhar por turnos.

Os especialistas exploraram as correlações do trabalho por turnos com a ansiedade e a depressão, tendo descoberto que 2,3% dos trabalhadores desenvolveram depressão e 1,7% desenvolveram ansiedade durante um acompanhamento médio de 9,06 anos.

Os participantes que relataram fazer turnos, ou que trabalhavam por turnos, tinham um risco elevado de depressão e ansiedade no modelo totalmente ajustado (taxas de risco, 1,22 e 1,16, respetivamente); tendo-se observado uma associação positiva do risco com a frequência do turno.

Não se observou diferença significativa entre os trabalhadores que faziam turnos noturnos e entre os que não faziam os turnos da noite. Nas análises de associação de dose, anos de trabalho por turnos foram negativamente associados ao risco de depressão e de ansiedade.

Tabagismo, tempo sedentário, IMC e duração do sono foram identificados como os principais mediadores potencialmente modificáveis. Esses mediadores juntos explicaram 31,3% da associação entre trabalho por turnos e depressão e 21,2% da associação entre trabalho por turnos e ansiedade.

Segundo os autores, a investigação, publicada online na JAMA Network Open, revela que o trabalho por turnos deve ser considerado um risco ocupacional, e ainda evidencia a necessidade urgente de se desenvolverem intervenções de saúde pública que promovam estilos de vida saudáveis com o objetivo de melhorar a saúde mental dos trabalhadores por turnos.