Os especialistas mostraram que o seu teste, utilizando apenas oito biomarcadores de autoanticorpos, pode identificar com precisão a presença de Alzheimer ao longo da progressão da doença, inclusive entre aqueles que originalmente se havia determinado não terem vestígios da patologia.

No estudo, publicado online no Journal of Alzheimer's Disease, foram utilizadas 328 amostras de sangue de participantes inscritos em vários estudos clínicos. Amostras de 106 participantes saudáveis e não dementes serviram como controlo.

Segundo a Dra. Cassandra DeMarshall, investigadora principal do estudo, o teste identificou corretamente quase 97% dos participantes que foram diagnosticados como cognitivamente normais no momento em que as suas amostras de sangue foram recolhidas, mas que progrediram, numa média de 48 meses, para o estágio de comprometimento cognitivo leve ou doença de Alzheimer mais avançada.

O teste é minimamente invasivo e barato, pode diagnosticar ou prever o declínio clínico em indivíduos assintomáticos e pode monitorizar o progresso de um paciente durante o tratamento, tornando-o ideal para ser usado em ensaios clínicos e em ambientes de cuidados primários comunitários, incluindo em regiões rurais e economicamente desfavorecidas.

Os investigadores constataram que o uso de autoanticorpos como biomarcadores baseados no sangue é particularmente interessante pois permite o desenvolvimento de uma tecnologia de plataforma para a deteção precoce de várias doenças.

Este é o primeiro exame de sangue que permite detetar com precisão a patologia relacionada com a doença de Alzheimer vários anos antes que os sintomas clínicos ou testes mais caros e invasivos a possam identificar.
Isto torna possível fazer o rastreio da doença, permitindo tomar melhores decisões e mais informadas sobre a saúde e iniciar o tratamento dos doentes mais cedo, o que é mais eficaz.