PARKINSON

Estimulação elétrica reforça terapia motora em doentes com Parkinson

A estimulação transcraniana por corrente contínua potenciou o benefício do exercício aeróbico e melhorou a marcha de pacientes com Parkinson imediatamente após a sessão. Houve ganho na variabilidade da marcha, no tempo de reação e no controlo executivo do andar, revela um estudo realizado por cientistas brasileiros.

Estimulação elétrica reforça terapia motora em doentes com Parkinson

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PARKINSON, O DESCONTROLE MOTOR

Os participantes realizaram duas sessões de 30 minutos de exercícios aeróbicos (ciclismo com intensidade moderada) combinados com diferentes condições de estimulação transcraniana por corrente elétrica (tDCS, na sigla em inglês) ativa ou placebo, com intervalo de uma semana.

Antes e imediatamente após cada sessão, foram avaliadas as funções cognitivas e a atividade cerebral durante o andar. Parâmetros espácio-temporais também foram incluídos na análise para acompanhar a quantidade e o comprimento do passo e medir a velocidade da marcha. No estudo, cruzado, randomizado e duplo-cego, houve controlo por placebo.

“Em comparação com a pré-avaliação, os participantes diminuíram a variabilidade do tempo do passo, reduziram o tempo de reação simples e de escolha, além de aumentar a atividade na área do cérebro estimulada durante a caminhada após o exercício aeróbico combinado à tDCS ativa”, disseram os investigadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Brasil.

A estimulação transcraniana é feita por meio de dois pequenos elétrodos retangulares, posicionados em locais específicos do crânio. O aparelho, portátil e alimentado por baterias, é ligado aos elétrodos fixados sobre o couro cabeludo, criando um circuito elétrico que atravessa o cérebro. A corrente é muito baixa, 2 miliamperes (mA), mas suficiente para estimular os neurónios, deixando-os preparados para atuar caso o organismo demande um movimento.

A técnica já é usada como alternativa aos antidepressivos, para combater a enxaqueca e até para alguns pacientes com obesidade, embora os aparelhos para dar choques no cérebro preocupem alguns neurocientistas.

“Mesmo com as limitações do tamanho da amostra, vimos que a estimulação transcraniana aumentou a atividade do córtex pré-frontal, uma área do cérebro que pacientes com Parkinson usam mais para controlar o andar do que indivíduos saudáveis. Com uma única sessão associada ao exercício, observamos melhoras, inclusive das funções cognitivas”, afirmou o professor Rodrigo Vitório, um dos coordenadores do estudo.


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