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Portugueses fazem pouco para manter ou melhorar o estado de saúde

Acabam de ser divulgados os resultados do estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”, retrato sociológico sobre a saúde em Portugal, realizado no âmbito dos 25 anos da Médis, marca do Grupo Ageas Portugal, com coordenação da Return On Ideas e o acompanhamento da Professora Doutora Maria do Céu Machado, presidente do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos, Professora Catedrática Jubilada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ex-presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde – Infarmed.

Portugueses fazem pouco para manter ou melhorar o estado de saúde

MEDICINA E MEDICAMENTOS

INVISTA NA SUA SAÚDE

No estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”, são explorados cinco indicadores de saúde, dois dos quais foram hoje apresentados: a “Saúde que se tem”, onde os inquiridos fazem uma avaliação da sua saúde numa escala de um a dez, e a “Potência Saúde”, que avalia em que medida as pessoas estão a empenhar-se para manter ou melhorar o seu estado de saúde.

Os resultados, agora divulgados, referem que 52 por cento dos portugueses inquiridos, com mais de 18 anos, avaliam como “bom” ou “muito bom” o seu estado de saúde, 31 por cento consideram o seu estado de saúde “razoável”, enquanto 17 por cento dos inquiridos avalia como “mau” ou “muito mau”.

Relativamente, ao indicador “Potência Saúde” os resultados indicam que, numa escala entre 0,5 a 10, a média é de 6,03. Verificou-se que 46 por cento dos portugueses inquiridos estão abaixo deste valor médio, o que significa que, uma parte importante da população considera ter uma atitude “pró-saúde” aquém do desejável, adotando poucos comportamentos que melhoram ou potenciam o seu estado de saúde.

O estudo mostrou que 41 por cento dos inquiridos afirmam fazer um “esforço razoável” para a melhoria do seu estado de saúde, 21 por cento um “esforço elevado” e 27 por cento um esforço “baixo” ou “muito baixo”. O estudo revela ainda que 55 por cento dos inquiridos não acreditam que podem melhorar o seu estado de saúde.

De acordo com o estudo, a biografia e a história individual, têm uma elevada influência nos comportamentos em matéria de saúde. A adoção de comportamentos de saúde é também influenciada pelo autoconceito e pela autoconfiança, ou seja, pela ideia que cada um tem sobre si, sobre aquilo que gostaria de ser e pela confiança que deposita na sua capacidade de enfrentar com êxito os desafios.

O estudo também revela que as mulheres atribuem pior pontuação à sua saúde do que os homens (7.1 vs. 7.4) e que uma em cada cinco mulheres diz considerar-se “pouco ou muito pouco saudável”. Apesar de as mulheres referirem que “têm menos saúde”, são mais cuidadosas e dizem ter mais comportamentos “pró-saúde” do que os homens (6,10 vs. 5,96), estando mais propícias à adoção de comportamentos que melhorem a sua saúde: dizem que visitam o médico de forma rotineira, que têm mais cuidados com a alimentação e dizem consumir menos álcool ou tabaco.

No que respeita à COVID-19, o estudo conclui que 69 por cento dos portugueses inquiridos afirmam que a pandemia não teve impacto na sua saúde. Mas, para os doentes com doença grave, a perspetiva é outra. Observou-se que 30 por cento referem que a pandemia prejudicou a sua saúde, nomeadamente por “piorar o acompanhamento médico de doenças ou problemas”.

A saúde mental é outro dos temas abordados no estudo, sendo que, na amostra, sete por cento dos inquiridos tem uma doença mental diagnosticada. O estudo levanta a hipótese de que o número de pessoas que sofre com uma doença mental possa ser superior. Nota-se nas entrevistas do qualitativo, uma tentativa de fuga deste rótulo. Já no quantitativo, 66 por cento dos inquiridos a quem foi diagnosticada doença mental admite ainda “sentir discriminação da sociedade”.

Através desta análise à população portuguesa, foram definidos sete segmentos, consoante o nível de potenciação da saúde: “Desistentes” (nove por cento), pessoas que são desligadas das questões que envolvem o seu corpo e o bem-estar físico e psicológico; “Distantes” (14 por cento), as que apresentam um descontrolo emocional elevado e falta de força de vontade; “Equilibristas” (18 por cento), as que têm uma gestão contínua no equilíbrio de uma vida de somas e substrações; “Esforçados q.b” (14 por cento) consideram que ter um estilo de vida saudável é algo que os define, mas não existe um esforço contínuo; “Empenhados” (31 por cento), cujo estilo de vida saudável os define; “Potenciadores movidos pelo sonho” (oito por cento), que têm intenção de potenciar a sua saúde, energia e produtividade; e os “Potenciadores reféns da saúde” (seis por cento), que fazem da sua saúde e bem-estar um objetivo central.

Fonte: Grupo Ageas Portugal

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