ONCOLOGIA

Cerca de 13% dos doentes oncológicos tiveram tratamentos suspensos

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), entidade de apoio ao doente oncológico e seus familiares, realizou um estudo de âmbito nacional com o objetivo de avaliar a perceção do impacto social, económico e psicológico da pandemia COVID-19 nos doentes oncológicos/sobreviventes de cancro e em familiares/cuidadores.

Cerca de 13% dos doentes oncológicos tiveram tratamentos suspensos

DOENÇAS E TRATAMENTOS

CANCRO, INVESTIGAÇÃO E NOVAS TERAPIAS

O estudo está disponível em https://www.ligacontracancro.pt/impactocovid/.

Ao nível do acesso aos cuidados de saúde, o estudo realizado a mais de 900 doentes oncológicos/sobreviventes de cancro e a mais de 300 familiares/cuidadores, residentes em Portugal, revela que 13 por cento dos doentes oncológicos tiveram tratamentos oncológicos suspensos por indicação médica; dois em cada dez doentes e um em cada dez cuidadores ponderaram suspender, por sua iniciativa, os atos clínicos, por medo de se dirigirem aos hospitais e ainda que 57 por cento dos doentes tiveram receio de serem infetados por outros doentes e profissionais de saúde. No caso dos cuidadores, 75 por cento tiveram receio que o doente de quem cuidam pudesse ser infetado.

A nível psicológico cinco em cada dez doentes oncológicos apresentou distress (sofrimento) emocional significativo durante a pandemia, valor que aumenta nos casos dos doentes que tiveram tratamentos suspensos (seis em cada dez doentes). Ainda, seis em cada dez cuidadores com distress emocional significativo – os dados mostram que os cuidadores dos doentes oncológicos revelaram um maior impacto emocional durante a pandemia do que os doentes.

De acordo com os mesmos dados, é ainda possível concluir que três em cada dez doentes oncológicos e quatro em cada dez cuidadores manifesta ansiedade significativa e que dois em cada dez doentes oncológicos e dois em cada dez cuidadores manifesta depressão significativa.

“Além do enorme impacto que o diagnóstico e o tratamento do cancro representam, doentes, sobreviventes e familiares e cuidadores, são agora confrontados com desafios adicionais, que passam pela necessidade de proteção em relação ao vírus, gerir a ansiedade e incerteza quanto à continuidade do tratamento médico, e adaptar-se às alterações nas rotinas diárias e familiares, incluindo a privação da autonomia e dos contactos sociais”, afirma Natália Amaral, membro da direção da LPCC.

Por sua vez, um em cada dez doentes e cuidadores diz ter sentido bastante a muitíssima dificuldade em pagar as despesas familiares, indicadores que demonstram o relevante impacto socioeconómico da pandemia nestes doentes.

O estudo realizado pela LPCC revela ainda que a maioria dos doentes oncológicos considera-se um doente de risco para a COVID-19 (maior probabilidade de contágio e maior vulnerabilidade a complicações) e que o mesmo acontece com os cuidadores, relativamente aos doentes que cuidam. Cerca de um a dois em cada dez doentes revelaram desconhecimento sobre o seu nível de risco.

Fonte: Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC)

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