Anticoagulante pode atuar como terapia contra o cancro
Segundo pesquisas recentes realizadas por um grupo de pesquisadores da Universidade de Columbia, a varfarina, um fármaco da classe dos anticoagulantes, amplamente utilizado desde o meados dos anos cinquenta, para prevenir coágulos sanguíneos e o acidente vascular cerebral, além de outras patologias cardíacas, parede ter potentes propriedades anticancerígenas.
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A pesquisa foi divulgada pela Columbia University Irving Medical Center (CUMC), um dos maiores centros académicos do Hospital Presbiteriano de Nova York, sendo referido que o estudo foi conduzido em células humanas e em ratinhos de laboratório e revelou que a varfarina impede que os tumores interfiram num mecanismo de autodestruição que as células iniciam quando detetam mutações ou outras anomalias.
As nossas descobertas sugerem que a varfarina, já aprovada pela FDA, pode vir a ser reutilizada para tratar uma variedade de cancros, incluindo o cancro pancreático, refere o líder do estudo, Wei Gu, investigador e docente de patologia no Instituto de Genética do cancro daquela universidade.
O estudo é intitulado “A regulação de VKORK1L1 é crítica para a supressão tumoral mediada por p53 através do metalismo da vitamina K” e já tinha sido publicado a 18 de julho na revista Cell Metabolism, o principal periódico especializado na publicação de artigos novos e impactantes, abrangendo pesquisas metabólicas básicas e clínicas.
A descoberta da varfarina, foi o resultado inesperado de um estudo destinado a descobrir os processos moleculares que regulam a ferroptose, um mecanismo de morte celular descoberto recentemente pelo químico Brent Stockwell, professor associado nos departamentos de Ciências Biológicas e Química da Columbia e de outros cientistas, e que mantém os pesquisadores entusiasmados com a ideia de poderem usar a ferroptose para matar as células cancerígenas.
A varfarina e outros anticoagulantes são comummente administrados a pacientes com cancro, que apresentam maior risco de coágulos sanguíneos.
Recentemente, os investigadores notaram que os pacientes com cancro pancreático, gástrico e colorretal a quem foi administrada varfarina, sobreviveram significativamente mais do que os que tomaram outros coagulantes.