VIH pode alojar-se no cérebro
O VIH pode alojar-se nas células cerebrais e espalhar-se para o corpo, indica um novo estudo realizado com ratos no Centro Médico da Universidade Rush, nos Estados Unidos. Sabe-se que o VIH entra no cérebro dentro de oito dias após a infeção, mas pouco se sabe se as células cerebrais infetadas pelo VIH podem libertar o vírus, que pode infetar outros tecidos.

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O estudo descobriu que certos tipos de células cerebrais podem alojar o VIH, que se pode espalhar para células imunológicas que o transportam para outras partes do corpo - mesmo que o VIH tenha sido suprimido pela terapia antirretroviral.
No estudo, os cientistas transplantaram células cerebrais de astrócitos humanos infetados ou não infetados pelo VIH no cérebro de ratinhos imunodeficientes. O cérebro humano contém biliões de astrócitos, que realizam uma variedade de tarefas, desde o suporte à comunicação entre as células cerebrais até a manutenção da barreira hematoencefálica.
Os autores do estudo descobriram que os astrócitos infetados com VIH transplantados foram capazes de espalhar o vírus para células T imunes a CD4 positivas no cérebro. Essas células imunes então migraram do cérebro para o resto do corpo, espalhando a infeção para órgãos como o baço e os linfonodos. Isso ocorreu, embora em níveis mais baixos, mesmo quando os ratinhos receberam terapia antirretroviral combinada, um tratamento padrão para o VIH.
Apesar de o trabalho ainda estar no estagio inicial e de as pesquisas com animais não necessariamente serem replicadas em humanos, os pesquisadores ressaltam que o trabalho demonstra o papel crítico do cérebro como reservatório do HIV capaz de reinfectar os órgãos periféricos com o vírus acreditam que os resultados podem ser importantes nas tentativas de encontrar curas para o HIV.