AMAMENTAÇÃO

Enfermeiras do CMIN criam método para ensinar prematuros a mamar

Um serviço desenvolvido por três enfermeiras no Centro Materno-infantil do Norte (CMIN), no Porto, ensina os bebés prematuros a mamar, corrigindo o problema anatómico destes que os faz imaturos para combinar a sucção, deglutição e respiração.

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A ciência e o conhecimento empírico conjugam-se diariamente na maternidade do Porto, numa luta constante contra a fome dos bebés e a angústias dos pais, na esmagadora maioria sem o conhecimento de que, uma vez prematuros, os bebés não têm desenvolvida a capacidade de mamar, explicou à Lusa a enfermeira Cecília Mendes.
 
“Os bebés prematuros, como nascem muito pequeninos, são imaturos ao nível da sucção, deglutição e até da respiração. Não conseguem fazer essas três coisas juntas e têm imensa dificuldade em mamar”, explicou a especialista com 35 anos de atividade.
 
Criado no âmbito do projeto Hospital Amigo Bebés, da UNICEF, o serviço recebeu um “forte incremento há cerca de 10/15 anos porque é importantíssimo a todos os níveis, sobretudo na saúde”.
 
Destaca-se o grau de sucesso em prematuros, de entre 50 e 60 por cento, “o que é muito bom, porque é muito difícil mamar”, o processo de ensino é feito, também, de pequenos truques, contou.
 
“Às vezes damos de mamar com leite da mãe, extraído, numa sondinha na maminha [colocada junto ao mamilo], e eles mamam da sonda e da mama da mãe”, contou, a título de exemplo.
 
Outra técnica é “deixá-las exprimir os medos enquanto o bebé mama, apoiar muito fisicamente, ensinar o pai, envolver o pai, envolver as avós, ensiná-los como agarrar na mama da mãe”.

“As mamas são volumosas e aquelas boquinhas muito pequeninas. Às vezes, em simultâneo, o papá e a mamã têm de agarrar a mama para as fazer mais fininhas, envolver muito a família, muito toque, muito afeto, vai tudo por aí”, continuou Cecília Mendes.
 
A proatividade é outra das chaves neste serviço, onde, “por vezes, têm de perceber o que está mal na boca do bebé, na língua, porque são muito prematurinhos, colam muito a língua no céu da boca”.

Fonte: Lusa

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