REUMÁTICO

Espondilite anquilosante afeta mobilidade em 79,5% dos doentes

Cerca de 80 por cento dos doentes com espondilite anquilosante (EA) têm mobilidade reduzida e metade não se consegue lavar ou vestir sem ajuda, revela um estudo apresentado pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

Espondilite anquilosante afeta mobilidade em 79,5% dos doentes

MEDICINA E MEDICAMENTOS

CONTAMINAÇÕES HOSPITALARES

O estudo debatido no XXI Congresso Português de Reumatologia, realizado pela NOVA IMS, adianta que as crises desta doença comprometem seriamente o desempenho dos doentes no dia-a-dia, particularmente no que respeita às limpezas domésticas (55,5 por cento), à prática de exercício físico (46,5 por cento), que encontra na caminhada, natação/hidroginástica e nos exercícios de alongamento o maior número de praticantes. Estas dificuldades alargam-se ainda ao deitar e levantar da cama (45,6 por cento), subir e descer escadas, atar os sapatos ou conduzir, entre outras.

O estudo revela ainda que os doentes não são os únicos afetados pela doença; os familiares e amigos veem também as suas vidas comprometidas devido aos dias em que têm de faltar ao trabalho para poderem prestar assistência – 13 dias em média no ano anterior.

“Os primeiros sintomas (dores, inflamação e rigidez) surgem predominantemente na faixa etária dos 25 aos 34 anos, seguida da dos 20 aos 24 e dos 15 aos 19 anos”, revela Luís Cunha Miranda, presidente da SPR.

A partir dos 45 anos, regista-se um decréscimo contínuo dos primeiros sintomas – na faixa dos 64 anos ou mais, a incidência é de 0,3 por cento. Daí à consulta médica vão, no entanto, cerca de quatro anos em média – apesar de 24,3 por cento dos inquiridos procurar um médico entre um e seis meses após os sintomas iniciais e 12,9 por cento num espaço de um mês, muitos revelaram ter esperado vários anos, alguns mesmo mais de dez (14,6 por cento).

“É também nos 25-34 anos que se regista o maior número de diagnósticos, a maioria (65,6 por cento) feita por um especialista em Reumatologia”, refere o presidente da SPR.

De acordo com as respostas dos participantes, as articulações sacroilíacas (77,4 por cento), coluna cervical (74,3 por cento), quadris (71,5 por cento), coluna dorsal e lombar (47,5 por cento), joelhos (43,2 por cento), ombros (42,4 por cento) e articulações da mão (40,1 por cento) são as partes do corpo afetadas que mais se destacam.

O score de BASDAI, que mede a rigidez matinal que vai de 0 (=bom) a 10 (=mau) é de 5,5, com uma média de rigidez matinal desde que o acordar de 50 minutos (7,3 por cento refere não sentir nada; os demais variam entre 1-30 minutos e dois horas ou mais).

Entre os medicamentos tomados pelos inquiridos, apontam-se os anti-inflamatórios (65 por cento), os antirreumáticos (35,3 por cento) e os biológicos/biossimilares (22,9 por cento), revelando, estes últimos, os melhores efeitos na melhoria da qualidade de vida (trabalho, estado anímico, atividades de lazer e tempo livre, relações sociais, desporto e atividade física, independência, atividade sexual – numa escala de 0 a 10, situam-se entre os 5,3 e 6,4). Os anti-inflamatórios e antirreumáticos situam-se respetivamente entre os 3,5-4,6 e os 3,5-4,4).

Os inquiridos revelaram ainda ter recorrido grandemente ao Serviço Nacional de Saúde devido à EA: 85 por cento para consultas, 74 por cento para exames, 48 por cento para o serviço de urgência e oito por cento estiveram hospitalizados.

Na sua maioria, 43,2 por cento, estes doentes não tinham subsistema de saúde, 29,7 por cento possuíam seguro de saúde e 16,1 por cento ADSE – uma minoria possuía SAMS, ADM ou outros.

O estudo revela ainda que muitos dos doentes com EA padece, em simultâneo, de outras doenças, como ansiedade, depressão, fibromialgia, transtornos do sono e hipertensão arterial, principalmente.

No caso da ansiedade e depressão, 54,4 por cento revelaram terem estado moderadamente ansiosos ou deprimidos no ano anterior como consequência da patologia.

Fonte: press release

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