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Tatuagens eletrónicas permitem monitorizar indicadores de saúde

Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Universidade de Carnegie Mellon (CMU) em Pittsburgh, nos Estados Unidos, encontrou um método para produzir tatuagens eletrónicas através de impressão a tinta (inkjet), o que simplifica a produção e diminui radicalmente o custo destes dispositivos com implicações tão vastas como a monitorização contínua da saúde do utilizador ou o controlo táctil do painel do automóvel.

Tatuagens eletrónicas permitem monitorizar indicadores de saúde

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As tatuagens estão a ser desenvolvidas no âmbito do projeto Strechtonics*, uma das iniciativas de larga escala do Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e coordenado pelo professor Aníbal Traça de Almeida (FCTUC).

Mahmoud Tavakoli, gestor científico do projeto e diretor do Laboratório de “Soft and Printed Microelectronic” (SPM-UC) do ISR, explica que encontraram uma forma simples e low cost de imprimir circuitos condutores flexíveis com uma impressora 2D.

“Estas tatuagens podem ser facilmente impressas e transferidas para qualquer superfície. O método é muito simples: projeta-se o circuito no computador e depois de dez minutos temos o nosso circuito impresso. A maior vantagem de produzir em 2D é o baixo custo do equipamento e poder produzir-se em grandes quantidades. Basicamente só é necessária uma impressora e tintas auto condutivas”, explicou o investigador.

Até agora, as alternativas existentes para produzir este tipo de circuitos ultrafinos exigiam uma mão de obra intensiva, custos de produção elevados e eram exclusivamente fabricadas em salas laboratoriais especializadas, clean-room, projetadas para manter níveis extremamente baixos de partículas, como poeira ou organismos transportados pelo ar.

Estas tatuagens são ultrafinas e facilmente transferidas com água para a pele ou roupa, com a utilização de uma esponja húmida. Ao serem colocadas sobre a pele, permitem uma monitorização contínua da saúde do utilizador e controlam fatores como: atividade muscular, respiração, temperatura corporal, batimentos cardíacos, atividade cerebral, ou até emoções.

Até à data, estas tatuagens já provaram também, de acordo com Mahmoud Tavakoli, ser eficazes na monitorização da atividade muscular.

“Colocámos uma tatuagem eletrónica no antebraço de uma pessoa com uma prótese da mão e provámos que é possível controlar a mão utilizando sinais de músculos recebidos pelas tatuagens. Ao colocar a tatuagem no músculo certo, a tatuagem permite perceber quando este é ativado e se a mão fecha ou abre”, disse.

De acordo com o investigador, “é a primeira vez que existe um método para imprimir circuitos que se podem esticar com uma tradicional impressora inkjet, à temperatura ambiente. Ao contrário dos outros métodos, este elimina a necessidade de curar a tinta nas temperaturas altas, sendo, assim, compatível com vários tipos de plástico, o que nos permitiu criar circuitos ultrafinos, a que chamamos “tatuagens eletrónicas”. Estes circuitos são compostos por nanopartículas de prata revestidas com metal líquido e podem ser esticados até ao dobro do seu tamanho sem perder a condutividade”.

O objetivo no futuro é que “seja possível inserir estas tatuagens dentro da pele e do corpo humano. Por exemplo, para pessoas com lesões na medula espinal que não conseguem andar, criar uma forma de conseguir aplicar estas tatuagens na medula de forma a estimulá-la e reativar os nervos para que funcionem outra vez”.

Fonte: press release

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