ESQUIZOFRENIA

Há 48 mil doentes com esquizofrenia em Portugal

Portugal tem 48 mil doentes com esquizofrenia, dos quais sete mil sem acompanhamento médico, e os custos com esta doença atingem os 436,3 milhões de euros anuais, revela um estudo do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE).

Há 48 mil doentes com esquizofrenia em Portugal

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O estudo, intitulado "O custo e a carga da esquizofrenia em Portugal", foi realizado por uma equipa daquele centro da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e procurou estimar os custos e a carga da esquizofrenia para 2015.

As conclusões da investigação serão publicadas no formato de artigo na revista International Journal of Clinical Neurosciences and Mental Health, distribuída no XIII Congresso Nacional Psiquiatria, que decorre entre quinta-feira e sábado, no Algarve.

O estudo concluiu que a prevalência da esquizofrenia em Portugal "será de cerca de 48 mil doentes, sendo que o número de doentes seguidos pelo sistema de saúde (público e privado) deverá estar na ordem dos 41 mil".

Os autores apuraram que, em 2015, perderam-se 28 588 anos de vida por incapacidade (indicador DALY, que leva em conta a mortalidade e a morbilidade).

Destes 28 588 DALY perdidos, 84 por cento foram por incapacidade e 16 por cento por mortalidade prematura.

Em relação ao custo total desta perturbação mental complexa e grave, a investigação contabilizou 436,3 milhões de euros, ou seja, 0,24 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Os custos diretos - internamento, reabilitação, ambulatório, hospital de dia ou medicamentos - da esquizofrenia foram de 96,1 milhões de euros (0,6 por cento de todas as despesas de saúde em 2015).

A estes acrescem custos indiretos dos doentes (absenteísmo, não participação no mercado de trabalho, produtividade reduzida) no valor de 331 milhões de euros e de 9,3 milhões de euros pelos cuidadores, num total de 340,3 milhões de euros, indica o estudo.

"Ao contrário do que é típico encontrar-se noutras doenças, no caso da esquizofrenia, os custos indiretos são responsáveis por mais de metade dos custos totais, mais precisamente por cerca de 78 por cento destes custos", refere o estudo.

Em 2015, estima-se que se tenham perdido cerca de 25 mil anos de vida por incapacidade por esquizofrenia, que corresponde ao número de anos com menor qualidade de vida devido à doença, decorrentes das limitações que pode gerar.

Fonte: press release

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