As descobertas foram publicadas na The Lancet. "Este é o primeiro relatório sobre a imunogenicidade da vacina de vírus inativada purificada Zika - ou ZPIV - em humanos", disseram os investigadores.

O candidato da vacina ZPIV foi desenvolvido como parte da resposta do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para o surto 2015-2016 do vírus Zika nas Américas, e foi avançado para um estudo de Fase 1 em novembro de 2016.

Segundo os investigadores "a epidemia de Zika ressaltou a necessidade para o desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz ".
Nos testes, 67 voluntários adultos saudáveis receberam duas injeções com quatro semanas de intervalo: 55 receberam a vacina ZPIV e 12 receberam um placebo. Os especialistas mediram as respostas imunes dos participantes monitorizando os níveis de anticorpos neutralizantes do vírus Zika no sangue.

Em quase todos os indivíduos imunizados com a vacina experimental, a ZPIV produziu respostas de anticorpos neutralizantes às duas ou quatro semanas após a última dose.

Ao dia 57, 92 por cento dos recetores da vacina mostraram respostas de anticorpos fortes contra o vírus Zika, com os níveis de anticorpos neutralizadores de vírus no sangue a excederem os limiares de proteção observados em modelos animais anteriores.

Quando os especialistas injetaram ratos com anticorpos de pessoas vacinadas no estudo, os animais foram protegidos contra a exposição subsequente ao vírus Zika, ao contrário dos ratos que foram injetados com anticorpos de participantes que receberam placebo.

Os investigadores também observaram que a vacina era segura e causava apenas reações leves ou moderadas.

"O vírus Zika tem o potencial de ser como outros vírus perigosos, como o sarampo, que foram eliminados significativamente por vacinas efetivas", daí que estes estudos sejam "um passo importante para a concretização de uma efetiva vacina de Zika. Infelizmente, continuamos a precisar desses estudos porque a ameaça de um surto de Zika ressurgente é muito real", concluíram os investigadores.