DOENÇAS DE VERÃO: DICAS PARA UMA ESTAÇÃO TRANQUILA

DOENÇAS DE VERÃO: DICAS PARA UMA ESTAÇÃO TRANQUILA

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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O Verão é a época do ano que reúne as condições ideais para o despoletar de um conjunto de maleitas.

A exposição do organismo ao calor intenso pode trazer alguns transtornos, desde a desidratação, passando pelas insolações e pelas micoses, ou outros de consequências mais graves, que podem inclusivamente levar à morte devido a um golpe de calor ou ao desenvolvimento de cancro.

As pessoas que mais sofrem com o calor são as crianças com menos de três anos, idosos, pessoas vítimas de doenças crónicas, com problemas de saúde mental, obesos, acamados, e as pessoas que tomam fármacos específicos, como anti-hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, antidepressivos, entre outros.

Porém, não é necessário ficar em casa para fugir a estas doenças de Verão. Existem várias formas simples de prevenir, ou pelo menos atenuar o seu desenvolvimento, permitindo às pessoas desfrutar dos prazeres que esta estação do ano lhes proporciona.

As doenças de Verão mais frequentes são as que causam a perda de líquidos, ou seja, a desidratação.

Normalmente, o organismo perde cerca de 2,5 litros de água diariamente, através da urina, das fezes, da transpiração e da respiração. No Verão, esta perda aumenta, não apenas devido a uma maior sudação, mas também devido a aumento de diarreias e vómitos, consequência de intoxicações alimentares, também estas mais frequentes nesta estação.

É necessário ter especial atenção com os idosos, uma vez que a sua sensibilidade para a sede é menor, podendo ficar desidratados sem que disso se apercebam.

Para não cair no extremo oposto, a super-hidratação, que causa inchaço nos membros inferiores e nos órgãos, os especialistas aconselham a beber 2 chávenas pela manhã e meia chávena de 30 em 30 minutos. Aquando da realização de exercício físico, deve-se beber água antes, durante e depois.

Nesta altura do ano é necessário ter cuidados redobrados com a pele. Com a diminuição da camada de ozono, a incidência dos raios ultravioleta é cada vez maior, tornando-se perigosa para as pessoas de todos os fototipos. Porém, as pessoas que pertencem aos fototipos I e II – pele clara, sardenta e sensível – devem estar mais atentas.

A exposição solar directa pode causar queimaduras solares ou insolações, vulgo escaldões. Contudo, é possível sofrer-se uma insolação sem estar directamento exposto ao sol, uma vez que, na praia, por exemplo, a areia reflecte o sol, aumentando, consequentemente, a temperatura corporal do indivíduo. Em casos extremos, a pele pode formar bolhas.

Ao primeiro sinal de insolação – falta de ar, dores de cabeça, tonturas, elevação da temperatura do corpo, entre outros –, o indivíduo deve procurar uma sombra e hidratar-se.

Estes escaldões, que à partida podem parecer inofensivos, ao longo dos anos de exposição descuidada e exagerada podem degenerar em cancro da pele.

Há três tipos de cancro de pele: o carcionoma basocelular, o mais frequente e que não causa metásteses, o espinocelular e o melanoma, o mais perigoso, que pode levar à morte se não for diagnosticado e tratado precocemente.

As pessoas que têm cloasma, um distúrbio na pigmentação da pele, devem evitar a exposição solar intensa, uma vez que esta a despoleta ou a agrava.

Para evitar estes desconfortos e futuros problemas graves, na praia ou no campo, a protecção solar e o uso de chapéu são obrigatórios. A aplicação do creme de protecção deve ser feita 30 minutos antes da exposição ao sol, para que a pele o possa absorver, e reaplicada a cada 2 horas. Devem evitar-se as horas de maior calor (entre as 10h e as 16h) e a prática de exercício físico debaixo de um sol forte.

As pessoas cuja pele é muito seca ou sensível devem mantê-la sempre hidratada para prevenir o desenvolvimento de problemas como a dermatite atópica, ou eczema. Desta forma, estas devem utilizar cremes hidratantes adequados ao seu tipo de pele e evitar géis e cremes que obstruam os poros. Tomar banho frequentemente também pode ajudar.

Tal como a pele, os olhos também ficam muito expostos ao calor e à intensidade da luz. Os raios solares podem danificar a visão. Uma exposição prolongada pode queimar a córnea e provocar cegueira. É por isso necessário proteger os olhos com óculos de sol que tenham uma protecção solar adequada contra os raios UV.

É igualmente necessário proteger os olhos das bactérias de modo a evitar as conjuntives bacterianas, mais frequentes nesta altura do ano. Deste modo, as pessoas não devem frequentar praias cuja água não é própria para banhos e piscinas sem água tratada. Não deverá, da mesma forma, tocar nos olhos infectados e compartilhar toalhas.

Outro dos órgãos que pode ser afectado nesta estação é o estômago, devido a intoxicações alimentares. Através da contaminação dos alimentos ou simplesmente pela sua exposição, durante muito tempo, à tempertura ambiente, a comida acaba por deteriorar-se. Os seus sintomas não se prolongam por muito tempo, mas se não forem tratadas a tempo, alguns tipo de intoxicações podem provocar a morte.

No Verão, tal como as pessoas, as bactérias, os insectos e outros agentes patogénicos tornam-se mais activos, reproduzindo-se mais rapidamente.

Os lugares públicos, entre eles as praias e as piscinas, estão repletos destes microorganismos. É nestes locais que podemos apanhar micoses, doenças provocadas por pequenos fungos, que nesta época, se desenvolvem mais rapidamente, devido ao aumento da transpiração que mantém a pele húmida durante mais tempo, tornando-se um paraíso tropical para a sua multiplicação.

As micoses manifestam-se sobretudo nos pés, unhas e virilhas.

Aconselha-se a usar calçado na piscina de modo a evitar o contacto dos pés com as superfícies.

O aumento da transpiração provoca, igualmente, a miliária, "pequenas vesículas não inflamatórias mais frequentes no pescoço e pregas da pele".

É muito complicado evitar a sudação no Verão, mas pode-se tentar minimizá-la com o uso de sapatos abertos e de roupa arejada e fresca, mantendo os quartos ventilados, não agasalhar demasiado as crianças, não tomar banho com a água demasiado quente e não forrar os colchões com plástico. Para aliviar a comichão que a miliária provoca pode-se tomar banho com farinha maizena ou passar pasta dágua na pele.

Relativamente aos insectos, as suas picadas não são geralmente perigosas, apenas incomodativas. Porém, há variedades de mosquitos que transmitem vírus perigosos, tais como o vírus do Oeste do Nilo ou do Dengue.

O Dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Europa é o continente mais poupado a esta doença, mas a Organização Mundial de Saúde estima que nos outros quatro, entre 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas todos os anos.

O calor e os raios solares também potenciam a poluição, que despoleta, consequentemente, sintomas de asma e de bronquite. É, deste modo, necessário ter especial cuidado com as pessoas que sofrem de problemas respiratórios.

A melhor solução para estas pessoas é permanecer em casa em dias de muito calor ou procurar o ar puro da natureza. Porém, devem levar sempre o repelente, um que contenha DEET, para evitar o mais possível as picadas.

Contudo, um dos maiores perigos que o calor do Verão transporta é o golpe de calor que pode causar lesões irreversíveis no organismo, chegando, mesmo, a matar.

Tal como um computador, o nosso organismo pode sobreaquecer. Se não conseguirmos arrefecê-lo, podemos sofrer de um esgotamento de calor, cujos sintomas são cefaleia, cãibras, náuseas, perda de consciência, entre outras.

Para qualquer destas situações, consulte, sempre que necessário, o seu médico ou farmacêutico.

Apesar de termos evidenciado os aspectos mais negativos da exposição solar, apanhar sol, desde que com cuidado, continua a ser, para além de um prazer, bom para a saúde. Por isso, aproveite o Verão!

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
17 de Novembro de 2023

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