PEDIATRIA

Ganho persistente de peso até aos sete anos associada a melhor qualidade óssea

Um estudo desenvolvido no Instituto de Saúde Pública do Porto concluiu que o aumento persistente de peso desde o nascimento até aos sete anos de idade está associado a uma melhor qualidade dos ossos das crianças.

Ganho persistente de peso até aos sete anos associada a melhor qualidade óssea

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No estudo, divulgado no âmbito do Dia Mundial da Osteoporose, os investigadores sublinham que "a qualidade óssea é, em grande parte, conservada desde as primeiras décadas de vida. Por isso, a infância é encarada como um período de oportunidade para intervir em fatores modificáveis que possam promover melhor saúde óssea, com a finalidade de prevenir fraturas de fragilidade (osteoporóticas) na vida adulta".

Contudo, os especialistas consideram que "pouco se sabe sobre o impacto das trajetórias do peso da criança ao longo do crescimento na qualidade do osso durante os primeiros dez anos de vida".

Por isso, a presente investigação estudou a influência da evolução do peso de 1 889 crianças da coorte Geração XXI – projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças nascidas em hospitais públicos da Área Metropolitana do Porto - nas propriedades físicas do osso aos sete anos de idade.

As crianças foram avaliadas através de densitometria óssea, sendo extraídos dados sobre a sua densidade mineral óssea. Os investigadores identificaram quatro trajetórias designadas "ganho normal de peso", "maior ganho de peso no início da infância", "maior ganho de peso mais tarde na infância" e "ganho persistente de peso".

Concluiu-se que as crianças com uma trajetória de crescimento caracterizada por "ganho persistente de peso" apresentavam um osso mais forte aos sete anos de idade.

"Não é novidade que as crianças que têm mais peso num determinado momento necessitam de mais massa óssea para responderem às exigências mecânicas. O que este estudo acrescenta é que, para além do peso numa determinada idade, também a trajetória de crescimento até atingir esse peso é determinante das propriedades do osso na infância", sustentam.

Estes resultados "indicam que é possível observar diferenças na qualidade do osso logo desde a infância, e apoiam uma abordagem de ciclo de vida à saúde óssea e às políticas de saúde para a sua promoção".

A investigação, publicada na revista Journal of Pediatrics, intitula-se "Weight Trajectories from Birth and Bone Mineralization at 7 Years of Age" e foi coordenada pela investigadora Raquel Lucas.

É também assinada por Teresa Monjardino, primeira autora do estudo, Ana Cristina Santos e Teresa Rodrigues, da EPIUnit do Instituto de Saúde Pública do Porto (ISPUP), e por Hazel Inskip, Nicholas Harvey e Cyrus Cooper da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

Fonte: press release

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