Segundo explicaram os investigadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, responsáveis pelo estudo, os telemóveis estão a substituir a interação que as pessoas tinham anteriormente com terceiros no espaço social real, quando estão numa situação de espera e com tempo livre, como, por exemplo, quando se encontram numa fila ou à espera do autocarro.

Após avaliar um grupo alargado de indivíduos em diversos locais públicos, os cientistas verificaram que 62 por cento das pessoas que estavam à espera de algo usavam os seus telemóveis para passar o tempo.

Verificou-se ainda que metade dessas pessoas observadas começavam logo a usar os seus telemóveis assim que entravam numa fila e 55 por cento destas iniciavam o uso dos aparelhos dentro de dez segundos.

Os cientistas observaram também que as mulheres eram mais propensas a usarem os telemóveis do que os homens.

"Se todos estão ‘presos’ aos ecrãs dos telemóveis, não vão interagir com outras pessoas ao seu redor. As pessoas vão perder as suas habilidades sociais porque simplesmente não interagem uns com os outros, especialmente com estranhos", afirmou o cientista Daniel Kruger.

"Estes resultados têm implicações reais para a coesão social e as interações da comunidade a um nível mais amplo, caso as pessoas simplesmente não falem mais umas com as outras", acrescentou ainda o investigador.