Noradrenalina envolvida na resistência ao stress e vulnerabilidade à depressão
Um novo estudo sugere que a noradrenalina pode influenciar a vulnerabilidade à depressão através do seu efeito sobre os neurónios de dopamina no cérebro.
MEDICINA E MEDICAMENTOS
TRANSPLANTES O PRÓXIMO FUTURO
Desde o primeiro transplante, há cerca de meio século, já foram realizados mais de cem mil transplantes de órgãos em todo o mundo, comprovando o sucesso desta intervenção moderna. LER MAIS
Um relatório publicado na revista Nature Neuroscience revela que impedir a libertação da noradrenalina por parte dos neurónios tornou modelos animais sistematicamente suscetíveis à depressão quando expostos ao stress crónico.
O novo estudo, o primeiro a encontrar essa ligação, foi realizado na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, e mostrou que o seu alvo é um novo tipo de neurónio, que liberta a noradrenalina e está localizado numa parte do cérebro chamada locus coeruleus, que controla a atividade dos neurónios de dopamina.
Bruno Giros, autor sénior da pesquisa, explica que a sua equipa usou uma combinação de abordagens para ativar e desativar os neurónios envolvidos e concluiu que os animais em que não foi realizada a libertação da noradrenalina tornavam-se sistematicamente suscetíveis à depressão quando expostos a situações de stress crónico.
Os cientistas concluíram, por outro lado, que a condição é reversível, pois quando os neurónios foram estimulados a produzir mais noradrenalina, os animais tornaram-se mais resistentes ao stress e menos suscetíveis à depressão.
A equipa acredita que a descoberta é um avanço que pode levar a novos tratamentos para a depressão.