Aparelhos que monitorizam Estado de Saúde podem ser Inúteis
Vários especialistas internacionais alertam, num artigo publicado na Technology Review, que os novos aparelhos disponíveis no mercado para monitorizar o estado de saúde das pessoas podem ser inúteis.
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Segundo referem os especialistas, os dados recolhidos por esses aparelhos muitas vezes não têm utilidade porque os dispositivos não obtêm os dados com a precisão correta e porque não têm capacidade para os interpretar de forma clinicamente válida.
Os dispositivos portáteis que prometem monitorizar a saúde das pessoas não exigem os mesmos padrões de fiabilidade daqueles impostos pelas autoridades de saúde para os aparelhos usados pelos médicos, como o medidor da tensão arterial, por isso não podem ser usados para fundamentar diagnósticos, advertem.
Andrew Trister, oncologista da organização de pesquisa médica sem fins lucrativos Sage Bionetworks, explica que é muito difícil, clinicamente, interpretar as tendências que surgem dos dados recolhidos por esses dispositivos.
Já Neil Sehgal, pesquisador da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e especialista em saúde pública, afirma que "os médicos não podem fazer muita coisa, por exemplo, com os dados sobre o número de passos que uma pessoa deu durante o dia", referindo-se a doentes que chegam ao consultório com uma lista de indicadores recolhidos por esses aparelhos.
Os especialistas sublinham, no entanto, que há alguns bons prognósticos obtidos a partir de alguns dispositivos do género, mas reforçam que é preciso ter cautela e prudência na avaliação dos dados para efeitos de diagnóstico e tratamentos clínicos.