De acordo com a OMS, na Europa, há ainda mais 21 milhões de pessoas que sofrem com transtornos por consumo de álcool, cerca de sete milhões que têm Alzheimer e outras demências, quatro milhões com esquizofrenia e mais quatro milhões afetados por perturbação bipolar.

De acordo com a última revisão do The Global Burden of Disease, as perturbações depressivas eram, já em 2010, a 1.ª causa de doença nos países desenvolvidos, prevendo-se que se constitua, em 2030, como a 1.ª causa de doença a nível mundial, com agravamento plausível das taxas relacionadas de suicídio.

Já o relatório "Portugal - Saúde Mental em Números 2014", baseado no 1.º Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental divulgado em 2013, aponta para uma realidade igualmente dramática, enfatizando que, em Portugal, um em cada cinco portugueses sofre de doença mental.

Os dados colocam Portugal como o país com valores mais altos de prevalência de perturbações psiquiátricas comparativamente a outros países ocidentais (22,9 por cento), apenas inferiores aos da Irlanda do Norte (23,1 por cento) e dos Estados Unidos (26,4 por cento).

"A dimensão deste problema, resultante não só da magnitude destes números, mas também do facto de uma significativa proporção das pessoas com experiência de doença mental iniciar tardiamente o tratamento, ou não ter sequer acesso a cuidados adequados às suas necessidades, ilustra de forma inequívoca a relevância e premência de se assumir a saúde mental como uma prioridade das políticas e recursos públicos", considera António Marques, vice-presidente do Instituto Politécnico do Porto.