Buserrelina

DCI com Advertência no Dopping
O que é
Gonadotrofina Coriónica (CG) e Hormona Luteinizante (LH) e os seus factores de libertação.
A buserrelina é um análogo altamente activo da hormona libertadora da gonadotropina natural (gonadorelina; GnRH, LHRH).
O efeito farmacológico inicial da buserrelina é a estimulação da libertação de gonadotropina e da secreção de testosterona.
Este é seguido de uma diminuição progressiva da testosterona até ao nível de castração.
Enquanto que a libertação de gonadotropina é inibida durante o tratamento continuado com buserrelina, a secreção das outras hormonas hipofisárias (hormona do crescimento, prolactina, ACTH, TSH) não é influenciada directamente.
A secreção de esteróides da suprarenal mantém-se inalterada.
Em termos de remoção da estimulação do tecido tumoral pela testosterona, a buserrelina é tão eficaz como a orquiectomia no tratamento do carcinoma da próstata.

Dopping: Substância proibida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro.
Proibidos apenas nos praticantes desportivos do sexo masculino.
Usos comuns
É utilizado para tratar o cancro da próstata avançado.
Tipo
Biotecnologia.
História
Buserelina foi patenteado pela primeira vez em 1974 e aprovado para uso médico em 1985.
Indicações
Buserrelina é indicado para o tratamento do carcinoma da próstata hormono-dependente avançado.

Buserrelina não está indicado após orquiectomia bilateral, dado que não seria possível uma maior redução dos níveis de testosterona.
Classificação CFT

16.2.1.4 : Análogos da hormona libertadora de gonadotropina

Mecanismo De Acção
A buserrelina é um análogo da hormona libertadora da gonadotrofina (gonadorelina GnRH) altamente eficaz com uma actividade biológica muito intensa.
Após a administração repetida de buserrelina, a secreção de gonadotrofinas e esteróides gonadais sofre uma inibição significativa.
O efeito farmacológico é atribuído ao mecanismo de regulação dos receptores LH-RH na hipófise.
Nos indivíduos do sexo masculino a inibição da libertação de gonadotrofinas resulta numa redução duradoura da síntese e secreção da testosterona.
Nos indivíduos do sexo feminino a eliminação da libertação pulsátil de gonadotrofinas inibe de forma eficaz a secreção de estrogéneo.
O efeito supressor da buserrelina sobre a secreção de esteróides gonadais depende da dose diária, frequência de aplicação e duração do tratamento.
Mesmo quando os níveis plasmáticos de buserrelina se encontram abaixo do limiar de detecção, a libertação de gonadotrofina encontra-se preservada devido à ligação aos receptores do lóbulo anterior da hipófise (aproximadamente 3 horas).
Enquanto que a libertação da gonadotrofina é inibida durante o tratamento prolongado com buserrelina, a secreção das outras hormonas hipofisárias (hormona do crescimento, prolactina, ACTH, TSH) não é directamente afectada.
No entanto, a deficiência estrogénica pode conduzir a uma secreção diminuída da hormona do crescimento e da prolactina.
A secreção dos esteróides supra-renais permanece inalterada.
No que diz respeito à inibição completa da síntese da testosterona testicular, a buserrelina é tão eficaz como a orquidectomia, para além de que oferece ao doente a vantagem de ser um tratamento reversível associado a baixos níveis de stress psicológico.
Posologia Orientativa
0,5 ml de Buserrelina injectável adminstrados de 8 em 8 horas durante 7 dias.
Administração
Buserrelina é injectado por via subcutânea na parede abdominal de três em três meses.
O intervalo de três meses entre as injecções pode, contudo, ser alongado ocasionalmente por um período até três semanas.

Antes da injecção, pode ser administrado um anestésico local.

É recomendado que a administração de um antiandrogénio seja iniciada como
terapêutica adjuvante cerca de 5 dias antes de iniciar o tratamento Buserrelina.
Contra-Indicações
Não deve ser administrado a doentes com hipersensibilidade à buserrelina, a análogos de LHRH
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Pouco frequentes: aumento dos níveis de enzimas do fígado (por ex. transaminases), aumento ou diminuição do peso.
Raros: aumento ou diminuição dos lípidos no sangue, aumento da bilirrubina sérica.

Cardiopatias:
Raros: palpitações.

Doenças do sangue e do sistema linfático:
Muito raros: trombocitopenia, leucopenia.

Doenças do sistema nervoso:
Frequentes: cefaleias.
Pouco frequentes: sonolência, tonturas.
Raros: distúrbios do sono, distúrbios da memória e concentração.
Em casos isolados, foi observada parestesia com outras apresentações da buserrelina.

Afecções oculares:
Muito raros: visão alterada (por ex. visão turva), e uma sensação de pressão na parte detrás dos olhos.

Afecções do ouvido e do labirinto:
Muito raros: zumbidos, perturbações da audição.

Doenças gastrointestinais:
Pouco frequentes: obstipação.
Raros: náuseas, vómitos, diarreia.

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Raros: aumento ou diminuição do cabelo ou pelos.

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos:
Muito raros: desconforto e dores músculo-esqueléticas. O uso dos agonistas –LHRH pode estar associado com uma diminuição da densidade do osso e pode originar osteoporose e a um aumento do risco de fractura do osso. O risco de fracturas esqueléticas aumenta com a duração da terapêutica.

Doenças do metabolismo e da nutrição:
Muito raros: aumento da sede, alterações do apetite, redução da tolerância à glucose (que no caso de doentes diabéticos pode conduzir à deterioração do controlo metabólico).

Neoplasias benignas malignas e não especificadas (incl. quistos e polipos):
Muito raros: foram relatados casos de desenvolvimento de adenomas da hipófise durante o tratamento com agonistas LHRH - incluindo a buserrelina. Aumento ligeiro e transitório da dor tumoral, mesmo com terapêutica antiandrogénica concomitante.

Vasculopatias:
Frequentes: rubores.
Raros: deterioração dos níveis de pressão arterial em doentes com hipertensão.

Perturbações gerais e alterações no local de administração:
Frequentes: dor ou outras reacções locais (por ex. vermelhidão, inchaço) no local da injecção.
Pouco frequentes: edema nos tornozelos (moderado) e na parte inferior da perna, fadiga.
Muito raros: deterioração de bem-estar geral.

Doenças do sistema imunitário:
Pouco frequentes: reacções de hipersensibilidade tais como vermelhidão da pele, prurido, exantema (incluindo urticária).
Raros: reacções de hipersensibilidade grave com broncoespasmo e asma alérgica com dispneia, que em casos isolados pode conduzir a choque anafiláctico/anafilactóide.

Em casos de reacções anafilácticas/anafilactóides poderá ser necessário efectuar a remoção cirúrgica do implante.

Doenças dos órgãos genitais e da mama:
Frequentes: impotência, atrofia dos testículos
Pouco frequente: ginecomastia (indolor)

Perturbações do foro psiquiátrico:
Frequentes: perda da libido.
Raros: nervosismo, instabilidade emocional, ansiedade, depressão (pode desenvolver ou piorar).

A maioria dos efeitos acima indicados está relacionada directa ou indirectamente com a supressão da testosterona pela buserrelina (sintomas de insuficiência androgénica).

A informacção farmacoepidemiológica indica que a privação de androgénios pode aumentar o risco de doença cardiovascular, diabetes mellitus e anemia (frequências desconhecidas).
Advertências
Dopping
Dopping
Dopping:Substância probida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro. Proibidos apenas nos praticantes desportivos do sexo masculino.
Precauções Gerais
Recomenda-se que a administração de um antiandrogéneo seja iniciada como terapêutica adjuvante cerca de 5 dias antes de iniciar este medicamento.

Este tratamento suplementar deverá ser continuado juntamente com a terapêutica da buserrelina durante 3-4 semanas.

Normalmente, após este período de tempo, os níveis de testosterona diminuem para o intervalo desejado em resposta à buserrelina.

Em doentes com metástases conhecidas, por exemplo na coluna vertebral, esta terapêutica adjuvante com um antiandrogénio é indispensável para prevenir complicações iniciais tais como compressão medular e paralisia resultantes de uma activação transitória do tumor e das suas metástases.

A resposta ao tratamento pode ser avaliada medindo os níveis séricos do antigéno específico da próstata (PSA) e da testosterona.

Os níveis de testosterona aumentam no início do tratamento e diminuem em seguida durante um período de duas semanas.

Após 2 a 4 semanas, os níveis de testosterona reduziram-se até ao nível de castração.

A ausência de melhoria clínica ou de alterações do PSA face à supressão adequada de testosterona é diagnóstico de insensibilidade do tumor às hormonas.

Os doentes com metástases conhecidas na coluna vertebral ou os que têm o risco de complicações neurológicas ou obstrução urinária devem ser cuidadosamente monitorizados durante as primeiras semanas da terapêutica, se iniciar o tratamento não acompanhado de administração antiandrogénia concomitante.

Estudos epidemiológicos publicados sugerem uma relação entre o tratamento com agonistas da hormona libertadora de gonadotropina (GnRH) e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (tais como enfarte do miocárdio, morte súbita cardíaca e acidente vascular cerebral) e diabetes mellitus.

Estes riscos deverão ser avaliados antes do início e durante a terapêutica, e os doentes deverão ser monitorizados e tratados adequadamente.

Em doentes com hipertensão recomenda-se que a pressão arterial seja regularmente monitorizada (risco de agravamento do controlo da pressão arterial).

Em alguns doentes tratados com agonistas-GnRH observa-se alteração da tolerância à glucose.

Em doentes diabéticos, recomenda-se que os níveis de glicémia sejam verificados regularmente (risco de agravamento do controlo metabólico).

Devido à supressão de testosterona, a terapêutica com agonistas-GnRH poderá aumentar o risco de anemia.

Os doentes deverão ser avaliados para este risco o qual deverá ser devidamente gerido.

O uso de agonistas-LHRH pode estar associado à diminuição da densidade óssea, podendo originar osteoporose e aumento do risco de fracturas ósseas.

É necessária uma precaução particular nos doentes com factores de risco adicionais para a osteoporose (p. ex., abuso crónico de álcool, fumadores, terapia de longa duração com anticonvulsivantes ou corticosteróides ou com história familiar de osteoporose).

Recomenda-se a monitorização periódica da densidade mineral óssea (DMO) e o uso de medidas preventivas durante o tratamento para prevenir osteopenia/osteoporose.

Doentes com uma história de depressão devem ser monitorizados regularmente e tratados, se necessário (risco de recorrência ou de agravamento da depressão).
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Terapêutica Interrompida
Este medicamento é administrado em meio hospitalar.
Cuidados no Armazenamento
Não conserve acima de 30ºC.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Buserrelina Antidiabéticos Orais

Observações: Não foram realizados estudos específicos de interacção.
Interacções: Durante o tratamento com buserrelina, o efeito dos agentes antidiabéticos pode ser atenuado. - Antidiabéticos Orais
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Buserrelina
Informe o Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Pode sentir efeitos secundários depois de tomar este medicamento.
Alguns destes efeitos secundários (tais como tonturas) podem afectar a sua capacidade de concentração e a sua velocidade de reacção.

No caso de tal acontecer, seja particularmente cuidadoso quando conduz, utiliza ferramentas ou máquinas ou durante a realizacção de qualquer tipo de trabalho que necessite de um nível elevado de atenção.

Este medicamento não deve ser administrado a mulheres.

Dopping: Substância proibida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro. Proibidos apenas nos praticantes desportivos do sexo masculino.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 04 de Janeiro de 2024