SILICONE: MAMAS

SILICONE: MAMAS

BELEZA E BEM-ESTAR

  Tupam Editores

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A beleza nos nossos dias constitui uma percepção, um pouco real e um pouco imaginária, de experiências de prazer e satisfação a respeito de nós mesmos, que transmite sensações de atração e bem-estar emocional.

Criou-se um conceito de beleza ideal, como uma entidade que é admirada ou possui características relacionadas com a beleza perfeita, assim aceite pela maioria.

Para a mulher este conceito de beleza encontra-se estreitamente ligado à sua feminilidade, aludindo a valores, comportamentos e características intrínsecas e extrínsecas ao género. Um busto firme e harmonioso faz parte do ideal de beleza atual.

Intimamente ligados à sensualidade e sexualidade da mulher, os seios perfeitos ocupam posição de destaque no imaginário popular, levando diariamente milhares de mulheres aos consultórios e clínicas de cirurgia plástica, com o objetivo de realizar mamoplastias de aumento ou reconstrução para o conseguir.

A ideia não é recente. Os primeiros registos de aumento mamário datam de 1890, com o uso de parafina. A partir de 1920 passou a utilizar-se gordura removida de outras zonas do corpo, e colocada na mama de forma artesanal.

O uso do silicone na mama teve início na década de 40, nos EUA e no Japão, com a injeção de silicone líquido nas mamas. Esta primeira experiência foi desastrosa, pois o silicone líquido provocou várias alterações na mama, como inflamação local, infeção e migração, tendo sido condenado o seu uso pela medicina.

A partir de 1961 surgiram nos EUA as primeiras próteses de silicone, desta vez na forma de um gel envolto por uma cápsula de elastómero rígida. Nos novos implantes, o risco de doenças inflamatórias na mama por difusão do silicone ficou muito reduzido, tendo as próteses sido aprovadas para uso médico. A partir daí o seu uso ganhou muita popularidade, vindo a tornar-se o sonho de consumo de muitas mulheres americanas na década de 80.

Com o número crescente de cirurgias para aumento mamário começaram a surgir boatos de que os implantes de silicone poderiam prejudicar a saúde. Os principais temores diziam respeito ao aumento do risco de cancro da mama e de doenças autoimunes.

A polémica foi tanta que, em 1992, a FDA suspendeu o uso dos implantes com silicone em gel e apenas os preenchidos por soro fisiológico continuaram a ser implantados.

Em 2006, após centenas de estudos científicos e acompanhamento de milhares de mulheres com próteses mamárias, os implantes de silicone em gel foram considerados seguros e novamente admitidos nos EUA. Com sólidas bases científicas, hoje pode dizer-se que este tipo de implante não aumenta o risco de cancro da mama, doenças inflamatórias ou autoimunes.

Nos últimos anos, a segurança das próteses tem vindo a aumentar devido à melhoria da matéria-prima e das tecnologias de fabrico do silicone.

Os grandes avanços tecnológicos aumentaram a sua eficiência no que se refere à biointegração (integração entre o corpo e a protese) e, atualmente, são fabricadas com diversas camadas externas de elastómero (silicone em forma sólida e elástica) e preenchidas com gel de silicone de alta coesividade, que não vazam e proporcionam às próteses uma consistência firme e natural.

Além disso, o formato apresenta linhas mais adequadas ao contorno mamário, e o revestimento externo recebeu tratamento especial para minimizar, principalmente, as complicações retráteis.

A mamoplastia de aumento é hoje uma cirurgia relativamente simples, segura e com alto índice de satisfação dos pacientes, sendo por isso tão popular.

E ainda que o aumento mamário por causas estéticas seja a causa mais frequente para a colocação de implantes mamários, existem outras razões que levam os doentes a procurar este tipo de cirurgia.

Indicações mais frequentes para colocação de implantes mamários

Do ponto de vista anatómico, o seio é formado por tecido adiposo, tecido glandular, vasos sanguíneos, nervos, ligamentos de cooper, condutores linfáticos e galactóforos. Por debaixo dos seios encontra-se o músculo peitoral maior. O aspeto e a firmeza dos seios depende grandemente do tecido adiposo que possuem.

A cirurgia para colocação de próteses mamárias deve ser feita após a paciente atingir o completo desenvolvimento mamário, o que acontece, geralmente, por volta dos 18 anos. Em casos com idade inferior é preciso avaliar a situação criteriosamente, não existindo no entanto limite de idade para se realizar o procedimento, desde que a pessoa esteja em boas condições de saúde.

Vulgarmente chamada de prótese de silicone, ou prótese mamária de silicone, a cirurgia plástica de mamoplastia de aumento dos seios, é uma das cirurgias mais realizadas em Portugal, estando indicada para:

Pacientes com mamas de pequeno volume (hipoplasia mamária), e que não estão de acordo com o resto do corpo e tórax;

Pacientes que possuem mamas de volume médio, mas que querem um aumento de volume mamário, desde que haja indicação por parte do cirurgião para introdução dos implantes mamários;

Pacientes que possuem diferença no tamanho ou forma das mamas (assimetria mamária);

Casos que necessitem de correção de uma pequena queda dos seios (ptose), como geralmente ocorre após a amamentação ou a gravidez.

As pacientes que possuem uma queda muito acentuada das mamas (flacidez excessiva) não devem efetuar apenas a introdução de prótese mamária de silicone pois continuarão com os seios caídos, e em muitos casos, essa queda pode até ser acentuada após a colocação da prótese de silicone.

Aqui o mais indicado é a realização de uma cirurgia que se designa de mastopexia e que consiste em levantar os seios através da remoção do excesso de pele flácida e remodelação do tecido mamário.

Este procedimento deve ser preferencialmente realizado em duas etapas: primeiro a mastopexia e, cerca de três meses depois, o implante de silicone.

A reconstrução mamária após mastectomia (remoção cirúrgica da mama – um dos tratamentos cirúrgicos para o cancro da mama) é outra das situações em que se recorre com frequência à colocação de implantes mamários.

Trata-se de situações complexas onde existem diversas alternativas terapêuticas que não exigem, em muitas das situações, a colocação deste tipo de dispositivos. O importante é procurar esclarecimento junto do especialista sobre a técnica mais indicada para cada caso.

Antes de tomar qualquer decisão quanto à cirurgia deve, acima de tudo, equacionar de forma clara o motivo pelo qual pretende colocar os implantes mamários, o que espera obter com a cirurgia, estar consciente de que é necessário um acompanhamento a longo prazo e que, eventualmente, poderão ser necessárias cirurgias futuras.

Além disso, apesar de ser atualmente rápida, simples e segura, não deixa de ser uma cirurgia e, como qualquer cirurgia, acarreta riscos e está sujeita a algumas complicações.

Riscos e complicações da cirurgia

Edema, aumento da consistência mamária, desconforto local, dor e equimoses são algumas das consequências previsíveis da cirurgia, que podem persistir durante dias ou semanas.

Sintomas ou sinais como edema exagerado, perda de volume da mama, exsudação (perda de líquidos) pela ferida, dor excessiva ou calor local devem ser referenciados ao médico pois podem corresponder ao aparecimento de complicações.

Podem surgir ainda alterações temporárias da sensibilidade mamária (em alguns casos permanentes), podem decorrer diversos meses até que a aparência mamária seja natural, e é geralmente necessário algum tempo de suspensão de algumas atividades, dependendo do tipo de intervenção cirúrgica e da atividade desempenhada.

De entre os potenciais riscos do procedimento, a contratura capsular é a complicação mais frequente da aplicação dos implantes mamários e a que determina, também, com maior frequência, necessidade de nova intervenção cirúrgica para remoção da cápsula fibrosa e do implante e, eventualmente, a sua substituição.

O que acontece é que o organismo humano reconhece o material implantado como um corpo estranho levando ao aparecimento de tecido fibroso (tecido cicatrial) em torno do implante. Este tecido tem tendência a contrair, podendo resultar numa aparência mais dura da mama, alteração da sua forma, e dor.

A ruptura dos implantes era uma complicação descrita com alguma frequência nos implantes mais antigos, mas que diminuiu nos mais modernos.

A ruptura pode não ocasionar problemas médicos relevantes, pois no caso dos implantes cheios com gel, este pode continuar contido dentro da cápsula fibrosa formada em torno do implante e ser removido quando se remover o implante.

Em alguns casos, no entanto, o gel de silicone pode difundir-se para fora da cápsula fibrosa introduzindo-se no tecido mamário, músculos adjacentes ou mesmo em torno de alguns nervos. Assim, durante a cirurgia para a sua remoção, pode ser necessário remover algum tecido mamário.

A extrusão e necrose tecidular é outro dos riscos da cirurgia. No caso dos tecidos que recobrem o implante estarem comprometidos ou existirem problemas de cicatrização, o implante pode sofrer um processo de extrusão com exposição do dispositivo, obrigando à sua remoção.

Fatores como a infeção, o tabagismo, a quimioterapia/radioterapia e o excessivo calor ou frio aplicados no local, têm sido associados aos fenómenos de necrose cutânea.

A cicatrizes são, de uma forma geral, aceitáveis, no entanto, alguns doentes desenvolvem cicatrizes espessas, avermelhadas e dolorosas que podem levar bastante tempo (meses a anos) a perder estas características.

Por vezes a cápsula fibrosa que se forma em torno do implante pode condicionar o aparecimento de dobras e pregas que poderão ser, mais ou menos visíveis, ou palpáveis, mais frequentes em mulheres com pouco tecido mamário.

A pressão exercida pelo implante mamário pode condicionar atrofia do tecido mamário e/ou deformidade da parede torácica. Por este motivo, se mais tarde decidir remover a prótese, o resultado estético pode ser inferior ao que tinha antes da sua colocação.

Após a colocação de implantes mamários verifica-se, por vezes, o início de produção de leite, ou Galactorreia, que pode parar espontaneamente ou após a administração de medicação apropriada. Nalguns casos, contudo, poderá ser necessária a remoção do implante.

A cirurgia de aumento ou reconstrução com prótese mamária de silicone representa o início de uma nova fase na vida da mulher, traduzindo-se num aumento da auto-estima e qualidade de vida.

Mas atenção, o material não dura para sempre! E ainda que o implante mamário não tenha um limite de vida útil reconhecido pelo meio científico, atualmente existe o conceito de que a vida útil de uma prótese é de 10 a 12 anos.

Com o passar do tempo, a capa que reveste o gel de silicone vai-se desgastando, naturalmente. Assim, se nenhum outro problema ocorrer, o implante deverá ser substituído a cada 10 a 12 anos, período que poderá ser diminuído, caso alguma outra complicação aconteça.

É muito importante que a mulher com implante de silicone interiorize que precisa de um controlo semestral ou anual do implante. É indispensável fazer a cada 10 anos uma consulta de avaliação para certificar que a prótese está íntegra e sem problemas.

O melhor exame para avaliar as condições da prótese de silicone é a Ressonância Magnética, mas outros exames devem fazer parte da rotina de quem tem implantes de silicone, como a ecografia, que permite verificar a situação do implante e deteta possíveis lesões ou perfurações no material, e a mamografia, que ajuda a detetar o aparecimento de tumores.

Acima de tudo a paciente deve ter em conta que ao decidir-se pela colocação de implantes mamários está a assumir um compromisso para o resto da vida.

Em busca da perfeição: os custos monetários... e os do exagero

Há alguns anos atrás pouco se ouvia falar de cirurgias plásticas mas hoje estão cada vez mais presentes nas nossas vidas. Este ramo da medicina tem vindo a desenvolver-se e a proporcionar melhores condições de vida às pessoas que recorrem à ajuda dos especialistas na área. Mas quais são os "custos" que estas pessoas enfrentam para alcançar a perfeição?

Em Portugal são vários os hospitais e as clínicas com competências para realizar a mamoplastia de aumento, com preços entre €4000 a €5000, e nalguns casos com facilidades de pagamento.

As cirurgias plásticas são feitas com o objetivo de melhorar a estética. Com o desejo de se sentirem mais atraentes e poder abusar dos decotes, cada vez mais mulheres têm optado pelo implante de silicone nos seios. Porém há casos em que, devido a uma escolha errada e exagerada, o que era para ser motivo de alegria acaba por se transformar em algo desastroso e prejudicial à saúde.

Além de gerar o arrependimento, a prótese mamária exagerada pode causar problemas estéticos e físicos. Quanto maior o volume da prótese, maior a probabilidade de surgirem estrias, já que as fibras da pele vão sofrer um esgaçamento.

O peso exagerado da prótese pode desencadear ainda problemas na cicatrização, pois a pele pressionada logo após a cirurgia pode prejudicar o processo de cicatrização, gerando uma marca maior do que o esperado, podendo a cicatriz ficar grossa e com queloide. Existe até o risco de alguns pontos rebentarem durante este processo.

O peso do seio também vai aumentar, portanto, pode ocorrer a sobrecarga do esqueleto, que vai provocar uma projeção do tronco para a frente, ocasionando problemas posturais, dores nas costas e até desvio da coluna.

E além do incómodo de enfrentar uma nova cirurgia é preciso entender que diminuir o tamanho das próteses mamárias resulta, na grande maioria dos casos, em cicatrizes decorrentes da correção da pele que antes estava esticada e preenchida, mas que ficou excedente. Muitas mulheres acabam mesmo por precisar de fazer plásticas reparadoras, principalmente na região do colo.

Antes de se tornar um procedimento mais comum, surgiram mitos e histórias envolvendo o silicone, que ainda hoje persistem e que é urgente desmistificar.

Para trás ficaram os mitos de que o silicone poderia provocar cancro da mama, e que atrapalharia a amamentação, mas o medo de que a prótese se desloque para outras partes do corpo devido a movimentos bruscos, e possa explodir num mergulho ou numa viagem de avião ainda se mantém.

Trocar experiências é a melhor forma de desmistificar os mitos que ainda circulam e que não têm fundamento.

Acima de tudo, a escolha de uma clínica de confiança e de um bom médico com o qual se sinta confortável para conversar e tirar todas as dúvidas, é o primeiro passo para uma cirurgia bem sucedida.

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